> O Tempo, 26/08/2011 - Belo Horizonte MG
Sala de aula digital: um sonho possível
Educação poderá mudar trajetória rumo a um novo padrão de qualidade
VIVIAN MANSO
Há um longo caminho pela frente, repleto de desafios, para que realmente tenhamos uma educação de melhor qualidade no Brasil. Em busca dessas melhorias, está em análise para votação no Congresso um conjunto de metas da educação brasileira para os próximos dez anos. Entre as várias propostas, constam a melhoria da qualidade dos ensinos fundamental e médio e o aumento dos recursos aplicados na área. No meio de tais avanços, está o desafio de se encontrar uma forma de ensinar alinhada à era digital, tema que incendeia debates e vai muito além das questões de investimento, passando, definitivamente, pela formação do professor. Um ponto que, na mesma medida, é decisivo e desafiador. Dessa forma, fica a questão: o sucesso para que haja melhorias no aprendizado depende apenas da tecnologia? Não. Definitivamente, não adianta substituir caderno por notebook e quadro verde por lousa digital, sem estratégia e conteúdos, sem aula preparada pelo professor, de forma a contemplar a tecnologia. Não há dúvida, a equação está finalizada e o sucesso da era digital do ensino ocorrerá somente quando duas ações ocorrerem simultaneamente: a inserção da tecnologia na sala de aula e um professor preparado para explorá-la, ao lado de seus alunos. Portanto, somente quando a tecnologia chegar à sala de aula e o professor estiver pronto para fazer dela o melhor uso, é que a educação poderá mudar sua trajetória rumo a um novo padrão de qualidade.
Doutora em Engenharia Elétrica e de Computação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Possui graduação em Ciência da Computação pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2003) e Mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Campina Grande (2005). Professora Adjunto III Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, no Departamento de Informática.
sexta-feira, agosto 26, 2011
segunda-feira, agosto 22, 2011
Alunos pulam a faculdade e vão direto ao mestrado
IG Educação, 20/08/2011
Alunos pulam a faculdade e vão direto ao mestrado
Destaques nacionais em matemática são convidados a começar estudos avançados antes mesmo da graduação Cinthia Rodrigues, iG São Paulo
Um dos ditados mais conhecidos da matemática diz que a ordem dos fatores não altera o produto final. Jovens estudiosos da área levaram o ensinamento para a carreira acadêmica. Hugo Fonseca Araújo, de 19 anos, ainda no 2º ano da faculdade, já está no mestrado. Renan Henrique Finder, da mesma idade, iniciou primeiro o mestrado em 2010 e só este ano entrou na graduação. O caçula Matheus Seco, 18, está no 1º ano do curso superior, mas já dá aulas em cursinho. Os três começaram a estudar conteúdos além da série em que estavam matriculados ainda no ensino fundamental para participar de competições educacionais. Todos acumulam prêmios nacionais e internacionais, os mais recentes da Competição Internacional de Matemática para Universidades, na Bulgária, no início de agosto. Das 13 medalhas da equipe brasileira, a única de ouro foi a do calouro da PUC do Rio, Renan, que já está no quarto semestre do mestrado no Instituto de Matemática Pura Aplicada (Impa). “Na graduação, confesso que falto bastante, já vi quase tudo”, diz. Catarinense de Florianópolis, ele participou das Olimpíadas Brasileiras de Matemática desde a 6ª série, quando se mudou para Joinville com a família. Desde então, era convidado para a reunião anual de medalhistas no Rio de Janeiro e foi em uma delas que ouviu falar pela primeira vez na possibilidade de avançar nos estudos e iniciar pesquisas na área, mas não levou a sério. “Eu achava que era história fantástica, coisa para gênio, estrela”.
A precocidade começou aos 15 anos. Enquanto a maioria dos jovens só sai de casa para fazer faculdade, ele se mudou para cursar o ensino médio. “O colégio onde eu fiz o ginásio não me desafiava e pedi para morar em São Paulo, com uma tia. Ela me ensinou a me virar sozinho, fazer supermercado, cuidar da casa, etc.” Ainda assim, Renan planejava seguir a ordem comum dos estudos. Em 2009, prestou a primeira fase do vestibular na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade de Campinas (Unicamp), mas foi convidado a ingressar no Impa e se mudou para o Rio antes mesmo da segunda etapa do processo seletivo nas instituições paulistas, em janeiro de 2010. “Vim experimentar o curso de verão e fiquei”, conta. Só em 2011 começou a graduação, que será exigida para validar seu diploma de mestrado. Hoje ele tem uma bolsa de estudos e divide apartamento com outros três alunos da pós-graduação de 25 e 26 anos. “Meus amigos em geral são mais velhos, tanto em casa quanto nas aulas. Isso tem um lado bom e um ruim, como tudo quando se trata de relações humanas. Às vezes, sou meio bobo, mas acho que em geral amadureci mais rápido.”
Outros que anteciparam etapas são Hugo e Matheus. O primeiro é coetâneo e o segundo, ainda mais novo que Renan. Os três têm muito em comum. Hugo saiu de Juiz de Fora para fazer o ensino médio no Rio e também é um dos representantes do Brasil em competições internacionais. Demorou um pouco mais a começar o mestrado e entrou primeiro na faculdade, por conselho da mãe, Maria Angélica Fonseca: “Eu sempre achava que era bobagem ele antecipar, pular etapas, mas ele foi convidado e gosta tanto do que estuda que se dedica de qualquer forma e acabei concordando”, conta ela, lembrando de quando o filho pediu para participar de uma competição pela primeira vez. “Era de astronomia e ele estava no ginásio. Quando ele me falou, eu disse ‘mas você não entende nada disso’ e ele respondeu que sabia, tinha visto na TV. Então, foi lá, ganhou e foi representar o Brasil na Índia.” Matheus é o único que já morava no Rio. Desde o colegial acompanha algumas matérias do mestrado do Impa como “Introdução a teoria dos números” e “Tópicos de matemática discreta”, mas ainda não é aluno oficialmente. Em compensação, alterna as aulas que recebe na graduação com as que dá em um cursinho para interessados em treinamento para competições matemáticas. “Não sou professor das aulas regulares, nem poderia, mas os que querem se aprofundar em matemática fazem aulas especiais comigo”, explica.
Precedente de sucesso - Antes dos três, Alex Correa Abreu antecipou o mestrado e o doutorado antes da graduação. “Comecei o mestrado aos 15 anos, na minha 8ª série. Primeiro só frequentava as aulas, depois veio a matrícula e em seguida o doutorado”, conta hoje com 25 anos. O que foi rápido na pós, ele demorou na faculdade. Como faltava bastante no curso de Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi reprovado algumas vezes e levou cinco semestres a mais para concluir o curso. “Fiz mais para poder oficializar o doutorado”, diz. Formado, ele foi chamado para ser professor pesquisador da Federal Fluminense, onde está atualmente. Poucas instituições no País permitem que estudantes de graduação acompanhem também aulas de mestrado e sempre em regime de exceção.
Alunos pulam a faculdade e vão direto ao mestrado
Destaques nacionais em matemática são convidados a começar estudos avançados antes mesmo da graduação Cinthia Rodrigues, iG São Paulo
Um dos ditados mais conhecidos da matemática diz que a ordem dos fatores não altera o produto final. Jovens estudiosos da área levaram o ensinamento para a carreira acadêmica. Hugo Fonseca Araújo, de 19 anos, ainda no 2º ano da faculdade, já está no mestrado. Renan Henrique Finder, da mesma idade, iniciou primeiro o mestrado em 2010 e só este ano entrou na graduação. O caçula Matheus Seco, 18, está no 1º ano do curso superior, mas já dá aulas em cursinho. Os três começaram a estudar conteúdos além da série em que estavam matriculados ainda no ensino fundamental para participar de competições educacionais. Todos acumulam prêmios nacionais e internacionais, os mais recentes da Competição Internacional de Matemática para Universidades, na Bulgária, no início de agosto. Das 13 medalhas da equipe brasileira, a única de ouro foi a do calouro da PUC do Rio, Renan, que já está no quarto semestre do mestrado no Instituto de Matemática Pura Aplicada (Impa). “Na graduação, confesso que falto bastante, já vi quase tudo”, diz. Catarinense de Florianópolis, ele participou das Olimpíadas Brasileiras de Matemática desde a 6ª série, quando se mudou para Joinville com a família. Desde então, era convidado para a reunião anual de medalhistas no Rio de Janeiro e foi em uma delas que ouviu falar pela primeira vez na possibilidade de avançar nos estudos e iniciar pesquisas na área, mas não levou a sério. “Eu achava que era história fantástica, coisa para gênio, estrela”.
A precocidade começou aos 15 anos. Enquanto a maioria dos jovens só sai de casa para fazer faculdade, ele se mudou para cursar o ensino médio. “O colégio onde eu fiz o ginásio não me desafiava e pedi para morar em São Paulo, com uma tia. Ela me ensinou a me virar sozinho, fazer supermercado, cuidar da casa, etc.” Ainda assim, Renan planejava seguir a ordem comum dos estudos. Em 2009, prestou a primeira fase do vestibular na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade de Campinas (Unicamp), mas foi convidado a ingressar no Impa e se mudou para o Rio antes mesmo da segunda etapa do processo seletivo nas instituições paulistas, em janeiro de 2010. “Vim experimentar o curso de verão e fiquei”, conta. Só em 2011 começou a graduação, que será exigida para validar seu diploma de mestrado. Hoje ele tem uma bolsa de estudos e divide apartamento com outros três alunos da pós-graduação de 25 e 26 anos. “Meus amigos em geral são mais velhos, tanto em casa quanto nas aulas. Isso tem um lado bom e um ruim, como tudo quando se trata de relações humanas. Às vezes, sou meio bobo, mas acho que em geral amadureci mais rápido.”
Outros que anteciparam etapas são Hugo e Matheus. O primeiro é coetâneo e o segundo, ainda mais novo que Renan. Os três têm muito em comum. Hugo saiu de Juiz de Fora para fazer o ensino médio no Rio e também é um dos representantes do Brasil em competições internacionais. Demorou um pouco mais a começar o mestrado e entrou primeiro na faculdade, por conselho da mãe, Maria Angélica Fonseca: “Eu sempre achava que era bobagem ele antecipar, pular etapas, mas ele foi convidado e gosta tanto do que estuda que se dedica de qualquer forma e acabei concordando”, conta ela, lembrando de quando o filho pediu para participar de uma competição pela primeira vez. “Era de astronomia e ele estava no ginásio. Quando ele me falou, eu disse ‘mas você não entende nada disso’ e ele respondeu que sabia, tinha visto na TV. Então, foi lá, ganhou e foi representar o Brasil na Índia.” Matheus é o único que já morava no Rio. Desde o colegial acompanha algumas matérias do mestrado do Impa como “Introdução a teoria dos números” e “Tópicos de matemática discreta”, mas ainda não é aluno oficialmente. Em compensação, alterna as aulas que recebe na graduação com as que dá em um cursinho para interessados em treinamento para competições matemáticas. “Não sou professor das aulas regulares, nem poderia, mas os que querem se aprofundar em matemática fazem aulas especiais comigo”, explica.
Precedente de sucesso - Antes dos três, Alex Correa Abreu antecipou o mestrado e o doutorado antes da graduação. “Comecei o mestrado aos 15 anos, na minha 8ª série. Primeiro só frequentava as aulas, depois veio a matrícula e em seguida o doutorado”, conta hoje com 25 anos. O que foi rápido na pós, ele demorou na faculdade. Como faltava bastante no curso de Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi reprovado algumas vezes e levou cinco semestres a mais para concluir o curso. “Fiz mais para poder oficializar o doutorado”, diz. Formado, ele foi chamado para ser professor pesquisador da Federal Fluminense, onde está atualmente. Poucas instituições no País permitem que estudantes de graduação acompanhem também aulas de mestrado e sempre em regime de exceção.
terça-feira, agosto 16, 2011
Estudo mostra 40% das universidades fora dos critérios mínimos exigidos
> O Estado de São Paulo, 14/08/2011 - São Paulo SP
Estudo mostra 40% das universidades fora dos critérios mínimos exigidos
De 184 instituições públicas e privadas, 67 não apresentam o mínimo de três programas de mestrado e um de doutorado
Mariana Mandelli e Sergio Pompeu Quase 40% das universidades brasileiras não cumprem um dos critérios exigidos pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) para operarem como universidades. De 184 instituições, 67 (36,4%) não apresentam o mínimo de três programas de mestrado e um de doutorado, exigência para a universidade conquistar tal status. Além disso, 15 delas não têm nenhum programa em funcionamento. Os dados são de um levantamento de Antônio Freitas, membro da Câmara de Educação Superior do CNE. O estudo, que levou em consideração os dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do fim de março, também detectou que a diferença entre a média geral do Índice-Geral de Cursos (IGC) das instituições públicas e privadas é de menos de 1 ponto.
A pesquisa levou em conta a resolução n.º 3 do CNE, de outubro, que passou a determinar os pré-requisitos mínimos para se classificar uma instituição como universidade - entre eles, o número mínimo de programas de pós stricto sensu. A regra, válida para universidades federais e particulares, vai vigorar até 2013. A partir daí, a exigência será de quatro mestrados e dois doutorados, com período de adequação até 2016. Além do CNE, uma portaria do MEC de 2008 também considera satisfatório o funcionamento de pelo menos um doutorado e três mestrados nas universidades. "Muitas universidades não cumprem o requisito, que é até ridículo, muito baixo. Em outros países, nem seriam consideradas universidades", diz Freitas. "A situação tende a se agravar. Deve haver uma supervisão maior para aumentar a qualidade."
O MEC afirma que a exigência é compatível com a realidade brasileira e diz que criou, em parceria com a Capes, o Programa de Qualificação das Universidades Públicas, para fomentar o desenvolvimento da pós nas universidades que não atendem à resolução. "Estamos fazendo um levantamento das instituições para consolidar e expandir o programa. A princípio, estamos trabalhando com 41", disse ao Estado secretário da Educação Superior do MEC, Luiz Cláudio Costa.
Segundo ele, a participação será voluntária e as instituições devem apresentar projetos para contar com apoio financeiro do governo. O MEC e a Capes elaboram uma portaria conjunta e o programa vai funcionar efetivamente no ano que vem. Sobre as 15 universidades que não têm programas stricto sensu, o MEC afirma que a maioria pertence aos sistemas estaduais de ensino e, portanto, não são reguladas pela pasta. Quanto às novas federais que ainda não têm programas, o MEC diz que há previsão de implantação. A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) afirma que as universidades investirão em pós independentemente da resolução do CNE. "Já tínhamos proposto um programa de apoio à pós-graduação, pensando nas demandas regionais e nas universidades recém-criadas", afirma o secretário executivo, Gustavo Balduino.
Estudo mostra 40% das universidades fora dos critérios mínimos exigidos
De 184 instituições públicas e privadas, 67 não apresentam o mínimo de três programas de mestrado e um de doutorado
Mariana Mandelli e Sergio Pompeu Quase 40% das universidades brasileiras não cumprem um dos critérios exigidos pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) para operarem como universidades. De 184 instituições, 67 (36,4%) não apresentam o mínimo de três programas de mestrado e um de doutorado, exigência para a universidade conquistar tal status. Além disso, 15 delas não têm nenhum programa em funcionamento. Os dados são de um levantamento de Antônio Freitas, membro da Câmara de Educação Superior do CNE. O estudo, que levou em consideração os dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do fim de março, também detectou que a diferença entre a média geral do Índice-Geral de Cursos (IGC) das instituições públicas e privadas é de menos de 1 ponto.
A pesquisa levou em conta a resolução n.º 3 do CNE, de outubro, que passou a determinar os pré-requisitos mínimos para se classificar uma instituição como universidade - entre eles, o número mínimo de programas de pós stricto sensu. A regra, válida para universidades federais e particulares, vai vigorar até 2013. A partir daí, a exigência será de quatro mestrados e dois doutorados, com período de adequação até 2016. Além do CNE, uma portaria do MEC de 2008 também considera satisfatório o funcionamento de pelo menos um doutorado e três mestrados nas universidades. "Muitas universidades não cumprem o requisito, que é até ridículo, muito baixo. Em outros países, nem seriam consideradas universidades", diz Freitas. "A situação tende a se agravar. Deve haver uma supervisão maior para aumentar a qualidade."
O MEC afirma que a exigência é compatível com a realidade brasileira e diz que criou, em parceria com a Capes, o Programa de Qualificação das Universidades Públicas, para fomentar o desenvolvimento da pós nas universidades que não atendem à resolução. "Estamos fazendo um levantamento das instituições para consolidar e expandir o programa. A princípio, estamos trabalhando com 41", disse ao Estado secretário da Educação Superior do MEC, Luiz Cláudio Costa.
Segundo ele, a participação será voluntária e as instituições devem apresentar projetos para contar com apoio financeiro do governo. O MEC e a Capes elaboram uma portaria conjunta e o programa vai funcionar efetivamente no ano que vem. Sobre as 15 universidades que não têm programas stricto sensu, o MEC afirma que a maioria pertence aos sistemas estaduais de ensino e, portanto, não são reguladas pela pasta. Quanto às novas federais que ainda não têm programas, o MEC diz que há previsão de implantação. A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) afirma que as universidades investirão em pós independentemente da resolução do CNE. "Já tínhamos proposto um programa de apoio à pós-graduação, pensando nas demandas regionais e nas universidades recém-criadas", afirma o secretário executivo, Gustavo Balduino.
segunda-feira, agosto 01, 2011
De volta
Amigos (as), estou voltando com as postagens.
Agora que terminei o doutorado vou passar mais por aqui!
Aguardem informações das disciplinas, projeto e eventos.
Cicília Maia
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