Equipe da Ufersa vence Desafio Sebrae 2011
Quarta-feira, 23 de Novembro de 2011 às 08:35 / Por: Nathan Figueiredo
A equipe Run to Win, formado por alunos do curso de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), foi a grande vencedora da edição 2011 do Desafio Sebrae. O anúncio da conquista ocorreu em cerimônia realizada na noite desta terça-feira (22), na sede do Sebrae, em Brasília. Os times do Paraná, Eng Tec Retorns, e do Pará, Forasteiros Mercantes, ficaram respectivamente em segundo e terceiro lugares.
O presidente do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae, Roberto Simões, parabenizou os participantes e lembrou que, no Desafio Sebrae, todos são vencedores. "O objetivo foi cumprido. Estamos satisfeitos em levar até vocês conceitos de gestão empreendedora e princípios éticos. Esperamos que levem esses conhecimentos para a vida sem deixar de lado a ousadia da juventude", afirmou.
Emocionado, Isaias da Silva Lima, da equipe vencedora, afirmou que a competição, além de incentivar o espírito empreendedor, ensina outras lições importantes para quem ainda vai enfrentar o mercado de trabalho. "Esse é um projeto grandioso que nos ensina a empreender diante da vida. Meu conselho a todos os universitários: aprendam a arriscar, a tomar iniciativas e a ser verdadeiros empreendedores", disse.
Participaram do evento os diretores do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos e José Claudio dos Santos, além do coordenador do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), Maurício Guedes.
A equipe campeã ganhou uma viagem de dez dias a um centro de referência mundial em empreendedorismo na Espanha. A programação inclui visitas técnicas a empresas, universidades e incubadoras. Todos os participantes da final ganharam ainda uma bolsa integral de estudos na Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Os vencedores da noite concorreram com outras sete equipes, dos estados de Santa Catarina, Pará, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná. Este ano, o jogo, que teve como tema a administração de uma empresa de bicicletas, contou com 160 mil participantes de todo país.
Fonte: Agência Sebrae
Doutora em Engenharia Elétrica e de Computação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Possui graduação em Ciência da Computação pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2003) e Mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Campina Grande (2005). Professora Adjunto III Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, no Departamento de Informática.
quarta-feira, novembro 23, 2011
sexta-feira, novembro 18, 2011
MEC cortará 50 mil vagas de saúde, administração e contabilidade Graduações com conceitos insatisfatórios em avaliação do governo sofrerão redução de vagas
MEC cortará 50 mil vagas de saúde, administração e contabilidade
Graduações com conceitos insatisfatórios em avaliação do governo sofrerão redução de vagas
iG São Paulo
Até o fim do ano, o Ministério da Educação irá cortar 50 mil vagas de cursos nas áreas de saúde, administração e ciências contábeis, que tiveram resultados insatisfatórios em avaliações aplicadas pela pasta em 2010. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, dia 17, pelo secretário de Regulação e Supervisão do Ensino Superior, Luis Fernando Massonetto, durante a divulgação dos resultados Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). O ministério ainda não informou quais instituições serão afetadas com a redução das vagas. As informações serão divulgadas nas próximas semanas. Os cortes incluirão cursos que tiveram resultados insatisfatórios no Conceito Preliminar de Curso (CPC), índice que avalia graduações levando em conta a nota do Enade e outras características como corpo docente, instalações físicas e à organização didático-pedagógica. Numa escala de 1 a 5, são classificados como abaixo da média os cursos com conceitos 1 e 2. O corte de vagas se dará entre 20% e 65% da oferta de cada graduação, dependendo do resultado das avaliações.
O secretário também informou que, pelo menos oito centros universitários perderão a autonomia para abrir cursos ou ampliar o número de vagas por terem obtido em pelo menos dois anos do último ciclo avaliativo (2008-2010) conceitos 1 e 2, considerados insatisfatórios, no Índice Geral de Cursos (IGC), resultado da média ponderada do conceito de cada curso de graduação da instituição. Já as faculdades com baixo desempenho no mesmo indicador e que não têm autonomia administrativa para ampliar ou criar cursos deverão passar por um processo de supervisão que incluirá a adoção de medidas de saneamento, como corte de vagas e suspensão de novos ingressos. Os processos anteriores de supervisão do MEC tinham se concentrado nos cursos de medicina, pedagogia e direito. Ao todo, mais de 34 mil vagas foram cortadas nessas áreas desde 2006. Com Agência Brasil
Graduações com conceitos insatisfatórios em avaliação do governo sofrerão redução de vagas
iG São Paulo
Até o fim do ano, o Ministério da Educação irá cortar 50 mil vagas de cursos nas áreas de saúde, administração e ciências contábeis, que tiveram resultados insatisfatórios em avaliações aplicadas pela pasta em 2010. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, dia 17, pelo secretário de Regulação e Supervisão do Ensino Superior, Luis Fernando Massonetto, durante a divulgação dos resultados Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). O ministério ainda não informou quais instituições serão afetadas com a redução das vagas. As informações serão divulgadas nas próximas semanas. Os cortes incluirão cursos que tiveram resultados insatisfatórios no Conceito Preliminar de Curso (CPC), índice que avalia graduações levando em conta a nota do Enade e outras características como corpo docente, instalações físicas e à organização didático-pedagógica. Numa escala de 1 a 5, são classificados como abaixo da média os cursos com conceitos 1 e 2. O corte de vagas se dará entre 20% e 65% da oferta de cada graduação, dependendo do resultado das avaliações.
O secretário também informou que, pelo menos oito centros universitários perderão a autonomia para abrir cursos ou ampliar o número de vagas por terem obtido em pelo menos dois anos do último ciclo avaliativo (2008-2010) conceitos 1 e 2, considerados insatisfatórios, no Índice Geral de Cursos (IGC), resultado da média ponderada do conceito de cada curso de graduação da instituição. Já as faculdades com baixo desempenho no mesmo indicador e que não têm autonomia administrativa para ampliar ou criar cursos deverão passar por um processo de supervisão que incluirá a adoção de medidas de saneamento, como corte de vagas e suspensão de novos ingressos. Os processos anteriores de supervisão do MEC tinham se concentrado nos cursos de medicina, pedagogia e direito. Ao todo, mais de 34 mil vagas foram cortadas nessas áreas desde 2006. Com Agência Brasil
segunda-feira, novembro 07, 2011
TESTE: VOCÊ É VICIADO EM INTERNET?
TESTE: VOCÊ É VICIADO EM INTERNET?
O teste com as perguntas abaixo foi desenvolvido pelo psiquiatra Richard Graham, do hospital Capio Nightingale. Ele afirma que, se responder 'sim' a mais de cinco alternativas, é possível que você tenha problemas com a tecnologia
1 - Você fica online mais tempo do que gostaria, com cada vez mais frequência?
2 – Você ignora e evita seu trabalho e outras atividades para passar mais tempo conectado?
3 – Você checa com frequência mensagens e e-mails antes de algo que precisa fazer, às vezes até se atrasando para refeições?
4 – Você se irrita quando alguém o interrompe quando está tentando fazer algo online ou no seu telefone?
5 – Você prefere passar tempo com pessoas na internet a encontrá-las pessoalmente?
6 – Quando está offline, você pensa muito sobre quando conseguirá se conectar novamente?
7 – Você discute ou se sente criticado por amigos, parceiros e parentes sobre a quantidade de tempo que passa online?
8 – Você se empolga com a expectativa de ficar online e também pensa antecipadamente sobre o que fará quando estiver conectado?
9 – Você prefere atividades na tela a sair e fazer algo diferente disso?
10 – Você esconde ou fica na defensiva sobre suas atividades online?
O teste com as perguntas abaixo foi desenvolvido pelo psiquiatra Richard Graham, do hospital Capio Nightingale. Ele afirma que, se responder 'sim' a mais de cinco alternativas, é possível que você tenha problemas com a tecnologia
1 - Você fica online mais tempo do que gostaria, com cada vez mais frequência?
2 – Você ignora e evita seu trabalho e outras atividades para passar mais tempo conectado?
3 – Você checa com frequência mensagens e e-mails antes de algo que precisa fazer, às vezes até se atrasando para refeições?
4 – Você se irrita quando alguém o interrompe quando está tentando fazer algo online ou no seu telefone?
5 – Você prefere passar tempo com pessoas na internet a encontrá-las pessoalmente?
6 – Quando está offline, você pensa muito sobre quando conseguirá se conectar novamente?
7 – Você discute ou se sente criticado por amigos, parceiros e parentes sobre a quantidade de tempo que passa online?
8 – Você se empolga com a expectativa de ficar online e também pensa antecipadamente sobre o que fará quando estiver conectado?
9 – Você prefere atividades na tela a sair e fazer algo diferente disso?
10 – Você esconde ou fica na defensiva sobre suas atividades online?
Excesso de tecnologia esgota o cérebro
'Excesso de tecnologia esgota o cérebro', diz especialista em viciados na web
JULIANA CARPANEZ||Do UOL Tecnologia
Em Londres
Psiquiatra Richard Graham é responsável por serviço voltado a jovens viciados em tecnologia
O psiquiatra Richard Graham, 48, lidera desde março de 2010 um serviço de atendimento no hospital Capio Nightingale, em Londres, voltado a jovens viciados em tecnologia. A instituição particular tem diferentes tipos de tratamentos para aqueles que não conseguem se desconectar – entre eles, uma internação em que o paciente passa cerca de um mês vivendo no local, sem acesso a computadores.
Graham recebeu o UOL Tecnologia no consultório de um hospital psiquiátrico público, onde também trabalha em Londres, e falou sobre esse tipo de vício que, segundo ele, pode levar até à morte (o médico cita o caso de um britânico que morreu vítima de um coágulo em sua perna depois de tanto jogar no computador). A dependência, de acordo com o psiquiatra, é agravada pelas redes sociais, onde há uma pressão do grupo para que o usuário esteja sempre online.
“O excesso de tecnologia esgota o cérebro da mesma forma como acontece com a depressão e como acontece com o uso de anfetaminas, por exemplo, que dão muita empolgação para depois deprimir”, explicou.
O preço cobrado pelo hospital de Londres varia de acordo com o tipo de tratamento. Graham não divulga valores, mas compara: pode chegar a muitos milhares de libras esterlinas por semana, um montante parecido àquele gasto na internação de dependentes químicos. Em São Paulo, o Hospital das Clínicas tem um programa gratuito para tratamento de viciados em internet baseado em acompanhamento psicológico e psiquiátrico do paciente. A alternativa, no entanto, não conta com internações.
Confira a seguir os principais trechos da entrevista com o psiquiatra britânico.
UOL Tecnologia - Como o senhor entrou em contato com o universo de pessoas viciadas em internet?
Graham – Há cerca de oito anos, no hospital [psiquiátrico Tavistock and Portman], comecei a perceber muita incidência de pacientes relatando casos de depressão, ansiedade, distúrbios alimentares, autoflagelo, suicídio, etc. Fiquei interessado principalmente nos casos de jovens com problemas que pareciam estar relacionados ao fato de eles jogarem videogame. Também havia garotas enfrentando dificuldades específicas causadas por comunicadores instantâneos e as primeiras redes sociais, como Meebo e MySpace.
Mas os gamers [jogadores] pareciam ter problemas maiores. Há cerca de sete anos, atendi um garoto que jogava Xbox com pessoas de todo o mundo e isso estava afetando seu comportamento, seu sono. Ele passou a enfrentar problemas ainda maiores quando começou a jogar “World of Warcraft”. O jogo tinha um efeito tão poderoso sobre ele que me fez pensar que o mundo estava mudando, havia algo novo acontecendo.
TESTE: VOCÊ É VICIADO EM INTERNET?
O teste com as perguntas abaixo foi desenvolvido pelo psiquiatra Richard Graham, do hospital Capio Nightingale. Ele afirma que, se responder 'sim' a mais de cinco alternativas, é possível que você tenha problemas com a tecnologia
1 - Você fica online mais tempo do que gostaria, com cada vez mais frequência?
2 – Você ignora e evita seu trabalho e outras atividades para passar mais tempo conectado?
3 – Você checa com frequência mensagens e e-mails antes de algo que precisa fazer, às vezes até se atrasando para refeições?
4 – Você se irrita quando alguém o interrompe quando está tentando fazer algo online ou no seu telefone?
5 – Você prefere passar tempo com pessoas na internet a encontrá-las pessoalmente?
6 – Quando está offline, você pensa muito sobre quando conseguirá se conectar novamente?
7 – Você discute ou se sente criticado por amigos, parceiros e parentes sobre a quantidade de tempo que passa online?
8 – Você se empolga com a expectativa de ficar online e também pensa antecipadamente sobre o que fará quando estiver conectado?
9 – Você prefere atividades na tela a sair e fazer algo diferente disso?
10 – Você esconde ou fica na defensiva sobre suas atividades online?
Essa história chegou a seu extremo quando, no dia das mães, a família pediu que o jovem parasse de jogar para participar do almoço. Quando ele se recusou, os pais desligaram o modem, que dava acesso à internet, e ele ficou muito agressivo. Quebrou objetos e deixou seus pais muito assustados, porque perdeu o controle. Foi preciso chamar a polícia para contê-lo. Foi quando percebi que a vontade de ficar no computador poderia ser parecida com um vício: quando a pessoa para, fica muito ansiosa, nervosa, desesperada para continuar.
UOL Tecnologia – Foi então que surgiu o serviço para cuidar de dependentes de tecnologia?
Graham – A partir daí, comecei a ouvir muitos casos parecidos. Dois anos atrás começamos a desenvolver o serviço no hospital Capio Nightingale, onde esse jovem, por exemplo, poderia ter sido levado para ficar seguro nos primeiros dias sem computador. Seria uma melhor oportunidade de ajudar a ele, a seus pais, e a gerenciar a situação de uma forma melhor.
UOL Tecnologia – Quantas pessoas já foram tratadas até agora no hospital?
Graham – Não muitas, possivelmente de 30 a 40. Poucas ficaram internadas.
UOL Tecnologia – E como é esse tratamento para viciados em internet?
Graham – Ainda não tivemos muitas pessoas internadas [na maioria dos casos, os pacientes fazem sessões de terapia específicas para o problema]. Basicamente, o tratamento tem o que chamamos de higiene da tecnologia, para saber qual a jornada do paciente pela tecnologia, quando e como ele começou a usar. Descobrimos muitas vezes, por exemplo, que eles começaram a jogar muito mais quando seus pais se divorciaram, quando tiveram de se mudar ou quando sofreram bullying.
Também fazemos pensá-los sobre o que perdem por causa da tecnologia. Se seu amigo sempre bate em sua porta lhe convidando para algo e você diz não, porque está no computador, um dia ele vai parar de chamar. Você pode perder provas na escola. Fazemos o paciente ver que perde muito. Teve um paciente internado que, só ao voltar para a casa do avô, durante o tratamento, entendeu que sua avó havia morrido seis meses antes. Ele já sabia disso, mas estava tão absorvido em seu mundo que não percebeu. Outras pessoas não percebem, por exemplo, a decoração de um ambiente porque perdem a visão daquilo que acontece a sua volta.
Para entenderem o quanto perdem, muitas vezes somamos as horas passadas no computador. Com os jogadores de “World of Warcraft” é fácil fazer isso. Se ele jogou muito por três anos, pode descobrir que passou 300 dias como um personagem e outros 150 dias com outros. Ou seja: metade de sua vida recente foi passada no game. Já os usuários que passam seis, oito ou dez horas por dia no computador podem descobrir que passaram muitos dias online durante o ano.
UOL Tecnologia – E qual seria o uso adequado da tecnologia?
Graham - Hoje, por causa dos smartphones, é difícil conseguir gerenciar o uso saudável da tecnologia. Acho que nenhum de nós sabe quais as diretrizes ideais para isso, mas pensamos que mais de três horas de tela por dia pode fazer com que você queira mais e mais disso.
UOL Tecnologia – Esse limite de até três horas seria aconselhável para todos os usuários ou para quem já tem problemas com a tecnologia?
Graham – Para quem já tem problemas, mas essa é uma boa questão. Grande parte do que chamamos de vício está ligada à parte social. As pessoas não se viciam em Microsoft Office, por exemplo. E aqueles que jogavam em consoles, no passado, não ficavam conectados por 14 horas, como acontece hoje com os jogadores de “World of Warcraft”.
Nesses ambientes sociais você está envolvido com outras pessoas. A pressão para ficar naquele universo não é só sua, mas também do grupo. Alguns gamers conseguem parar de jogar por algum tempo, mas então seus amigos pedem que eles voltem. Ou o mestre do jogo dirá que espera ele lá, jogando todos os dias.
* Divulgação
Hospital Capio Nightingale cuida de viciados em internet; preço varia de acordo com tratamento
Cada vez mais os diferentes aspectos da tecnologia estão se aproximando. O que parece um jogo é também uma rede social, pois permite conversar com pessoas de todo o mundo. Seus amigos estão nesse jogo, aqueles que o apoiam estão nesse jogo, suas vitórias estão nesse jogo. Da mesma forma, há games disponíveis no Facebook. Por isso o serviço do Capio Nightingale se chama centro de recuperação de pessoas viciadas em tecnologia, e não só de viciados em games.
UOL Tecnologia – Para quem fica internado no hospital, como é o tratamento?
Graham – Eles ficam em um quarto com banheiro, sem acesso ao computador, com muito conteúdo para ler e participam de diferentes atividades durante o dia. Conversamos com eles sobre tecnologia, sobre suas relações com as pessoas e eles são encorajados a fazer ginástica, a sair para passear na companhia de enfermeiros.
Eles são muito ansiosos. No começo, têm medo de sair até para ir a um mercado em frente ao hospital, para comprar um chocolate ou um jornal. Mas depois de três ou quatro dias já é possível ver mudanças no humor deles, que ficam mais sociais, mais ativos, comem melhor, falam melhor e ficam mais confiantes. O tratamento leva em média 28 dias.
UOL Tecnologia – O serviço é voltado para jovens. Por quê?
Graham - Cerca de 75% dos problemas psicológicos têm início antes de a pessoa se tornar adulta. É mais fácil ajudar uma pessoa nesse estágio inicial a não desenvolver um grande problema do que ajudá-la quando o problema já está grande. A ideia de realizar uma intervenção cedo é prevenir que o problema cresça, ajudando o paciente a voltar para um caminho saudável.
Além disso, não havia nenhum tratamento específico para jovens viciados em tecnologia em nenhum outro lugar [na Inglaterra]. Então, com 17 ou 18 anos, eles poderiam conseguir ajuda, mas aí estariam junto a adultos, que enfrentam problemas muitas vezes misturados ao uso de substâncias químicas. Esse não é o ambiente mais esperançoso para um jovem buscar ajuda.
UOL Tecnologia – O site do hospital diz que o preço do tratamento depende do programa que é recomendado ao paciente. Pode dizer quanto custa?
Graham – Não, mas é caro. Muitos milhares de libras por semana.
UOL Tecnologia – Seria um valor equivalente a uma internação para dependentes químicos.
Graham – É um valor similar, acredito.
UOL Tecnologia – Quando alguém tem alta do tratamento, o que não pode voltar a fazer?
Graham - Não pode gastar tanto tempo no computador quanto fazia antes, tem de controlar o acesso. Não podem voltar a usar a internet ou a jogar como faziam, porque senão voltam rápido para a mesma situação.
Uma das dificuldades relacionadas à recuperação em muitos tipos de vícios é a reconstrução da vida, porque o paciente pode não ter mais amigos fora do computador, por exemplo. Ele pode não ter mais nada para fazer durante o dia, então terá de fazer um curso, procurar emprego, sair de casa.
Quando o tratamento funciona bem, os pacientes se entediam com aquilo que faziam antes. Há menos pressão para voltar aos velhos hábitos porque eles podem não achá-los tão interessantes.
UOL Tecnologia – Quais os casos mais extremos de pessoas viciadas em tecnologia?
Graham – Teve um jovem que, quando foi proibido de usar o computador, ameaçou bater em sua mãe com um taco de baseball. Ele não bateu na mãe, mas atingiu objetos. Alguns ameaçam suicídio, fogem da casa e vão para o meio dos carros, na rua. Isso é assustador, estamos falando de comportamentos extremos.
UOL Tecnologia – A pior consequência do vício em drogas é a overdose. Pessoas viciadas em jogo podem perder muito dinheiro. E quais podem ser as piores consequências do vício em tecnologia?
Graham – A morte.
UOL Tecnologia – Alguém pode morrer de tanto usar internet?
Graham – Sim. Tem o caso de um jovem de 20 anos na Inglaterra, no ultimo verão [entre junho e agosto], que morreu vítima de um coágulo que apareceu em sua perna. Isso depois de ele jogar no computador por muito tempo. Já tinha casos parecidos na Coreia do Sul, mas esse foi o primeiro que tive conhecimento na Inglaterra. Os riscos são muito claros.
Se a pessoa joga muito ela provavelmente não se exercita, come mal, fica mais fraca, menos saudável, tem depressão ou fica ansiosa. Também há casos de pacientes que entram em um estado paranoico.
Existe um pensamento de que alguém pode jogar muito por estar deprimido. Nesse caso, tratando a depressão, a pessoa poderia se sentir melhor e parar de jogar. Isso pode funcionar, mas não é tão poderoso quanto parar de usar o computador. O excesso de tecnologia esgota o cérebro da mesma forma como acontece com a depressão e como acontece com o uso de anfetaminas, por exemplo, que dão muita empolgação para depois deprimir.
UOL Tecnologia – Quando pensamos em viciados em internet, a imagem é de uma pessoa usando um desktop. Mas temos cada vez mais smartphones e outros portáteis com acesso à web. Como eles mudam esse vício?
Graham – Nesses casos, é preciso pensar o que você faria se não tivesse seu telefone celular por perto. Quão mal você se sentiria sem ele? Você o coloca como uma prioridade? A máquina sempre vem antes?
Às vezes a tecnologia funciona como um ursinho de pelúcia: você se sente confortado de tê-la por perto. Ela é amigável, você gosta dela e a leva para todos os lugares com você. Se você tirar o ursinho de pelúcia de uma criança, ela vai chorar.
Tem também as situações quando isso tudo fica mais compulsivo, quando você checa o tempo todo as mensagens e quer ficar online mais e mais e mais. Há pessoas que não conseguem desligar seus smartphones, não conseguem viver sem eles, não iriam para qualquer parte do mundo sem sinal de internet. Há diferentes tipos de dependência no uso.
JULIANA CARPANEZ||Do UOL Tecnologia
Em Londres
Psiquiatra Richard Graham é responsável por serviço voltado a jovens viciados em tecnologia
O psiquiatra Richard Graham, 48, lidera desde março de 2010 um serviço de atendimento no hospital Capio Nightingale, em Londres, voltado a jovens viciados em tecnologia. A instituição particular tem diferentes tipos de tratamentos para aqueles que não conseguem se desconectar – entre eles, uma internação em que o paciente passa cerca de um mês vivendo no local, sem acesso a computadores.
Graham recebeu o UOL Tecnologia no consultório de um hospital psiquiátrico público, onde também trabalha em Londres, e falou sobre esse tipo de vício que, segundo ele, pode levar até à morte (o médico cita o caso de um britânico que morreu vítima de um coágulo em sua perna depois de tanto jogar no computador). A dependência, de acordo com o psiquiatra, é agravada pelas redes sociais, onde há uma pressão do grupo para que o usuário esteja sempre online.
“O excesso de tecnologia esgota o cérebro da mesma forma como acontece com a depressão e como acontece com o uso de anfetaminas, por exemplo, que dão muita empolgação para depois deprimir”, explicou.
O preço cobrado pelo hospital de Londres varia de acordo com o tipo de tratamento. Graham não divulga valores, mas compara: pode chegar a muitos milhares de libras esterlinas por semana, um montante parecido àquele gasto na internação de dependentes químicos. Em São Paulo, o Hospital das Clínicas tem um programa gratuito para tratamento de viciados em internet baseado em acompanhamento psicológico e psiquiátrico do paciente. A alternativa, no entanto, não conta com internações.
Confira a seguir os principais trechos da entrevista com o psiquiatra britânico.
UOL Tecnologia - Como o senhor entrou em contato com o universo de pessoas viciadas em internet?
Graham – Há cerca de oito anos, no hospital [psiquiátrico Tavistock and Portman], comecei a perceber muita incidência de pacientes relatando casos de depressão, ansiedade, distúrbios alimentares, autoflagelo, suicídio, etc. Fiquei interessado principalmente nos casos de jovens com problemas que pareciam estar relacionados ao fato de eles jogarem videogame. Também havia garotas enfrentando dificuldades específicas causadas por comunicadores instantâneos e as primeiras redes sociais, como Meebo e MySpace.
Mas os gamers [jogadores] pareciam ter problemas maiores. Há cerca de sete anos, atendi um garoto que jogava Xbox com pessoas de todo o mundo e isso estava afetando seu comportamento, seu sono. Ele passou a enfrentar problemas ainda maiores quando começou a jogar “World of Warcraft”. O jogo tinha um efeito tão poderoso sobre ele que me fez pensar que o mundo estava mudando, havia algo novo acontecendo.
TESTE: VOCÊ É VICIADO EM INTERNET?
O teste com as perguntas abaixo foi desenvolvido pelo psiquiatra Richard Graham, do hospital Capio Nightingale. Ele afirma que, se responder 'sim' a mais de cinco alternativas, é possível que você tenha problemas com a tecnologia
1 - Você fica online mais tempo do que gostaria, com cada vez mais frequência?
2 – Você ignora e evita seu trabalho e outras atividades para passar mais tempo conectado?
3 – Você checa com frequência mensagens e e-mails antes de algo que precisa fazer, às vezes até se atrasando para refeições?
4 – Você se irrita quando alguém o interrompe quando está tentando fazer algo online ou no seu telefone?
5 – Você prefere passar tempo com pessoas na internet a encontrá-las pessoalmente?
6 – Quando está offline, você pensa muito sobre quando conseguirá se conectar novamente?
7 – Você discute ou se sente criticado por amigos, parceiros e parentes sobre a quantidade de tempo que passa online?
8 – Você se empolga com a expectativa de ficar online e também pensa antecipadamente sobre o que fará quando estiver conectado?
9 – Você prefere atividades na tela a sair e fazer algo diferente disso?
10 – Você esconde ou fica na defensiva sobre suas atividades online?
Essa história chegou a seu extremo quando, no dia das mães, a família pediu que o jovem parasse de jogar para participar do almoço. Quando ele se recusou, os pais desligaram o modem, que dava acesso à internet, e ele ficou muito agressivo. Quebrou objetos e deixou seus pais muito assustados, porque perdeu o controle. Foi preciso chamar a polícia para contê-lo. Foi quando percebi que a vontade de ficar no computador poderia ser parecida com um vício: quando a pessoa para, fica muito ansiosa, nervosa, desesperada para continuar.
UOL Tecnologia – Foi então que surgiu o serviço para cuidar de dependentes de tecnologia?
Graham – A partir daí, comecei a ouvir muitos casos parecidos. Dois anos atrás começamos a desenvolver o serviço no hospital Capio Nightingale, onde esse jovem, por exemplo, poderia ter sido levado para ficar seguro nos primeiros dias sem computador. Seria uma melhor oportunidade de ajudar a ele, a seus pais, e a gerenciar a situação de uma forma melhor.
UOL Tecnologia – Quantas pessoas já foram tratadas até agora no hospital?
Graham – Não muitas, possivelmente de 30 a 40. Poucas ficaram internadas.
UOL Tecnologia – E como é esse tratamento para viciados em internet?
Graham – Ainda não tivemos muitas pessoas internadas [na maioria dos casos, os pacientes fazem sessões de terapia específicas para o problema]. Basicamente, o tratamento tem o que chamamos de higiene da tecnologia, para saber qual a jornada do paciente pela tecnologia, quando e como ele começou a usar. Descobrimos muitas vezes, por exemplo, que eles começaram a jogar muito mais quando seus pais se divorciaram, quando tiveram de se mudar ou quando sofreram bullying.
Também fazemos pensá-los sobre o que perdem por causa da tecnologia. Se seu amigo sempre bate em sua porta lhe convidando para algo e você diz não, porque está no computador, um dia ele vai parar de chamar. Você pode perder provas na escola. Fazemos o paciente ver que perde muito. Teve um paciente internado que, só ao voltar para a casa do avô, durante o tratamento, entendeu que sua avó havia morrido seis meses antes. Ele já sabia disso, mas estava tão absorvido em seu mundo que não percebeu. Outras pessoas não percebem, por exemplo, a decoração de um ambiente porque perdem a visão daquilo que acontece a sua volta.
Para entenderem o quanto perdem, muitas vezes somamos as horas passadas no computador. Com os jogadores de “World of Warcraft” é fácil fazer isso. Se ele jogou muito por três anos, pode descobrir que passou 300 dias como um personagem e outros 150 dias com outros. Ou seja: metade de sua vida recente foi passada no game. Já os usuários que passam seis, oito ou dez horas por dia no computador podem descobrir que passaram muitos dias online durante o ano.
UOL Tecnologia – E qual seria o uso adequado da tecnologia?
Graham - Hoje, por causa dos smartphones, é difícil conseguir gerenciar o uso saudável da tecnologia. Acho que nenhum de nós sabe quais as diretrizes ideais para isso, mas pensamos que mais de três horas de tela por dia pode fazer com que você queira mais e mais disso.
UOL Tecnologia – Esse limite de até três horas seria aconselhável para todos os usuários ou para quem já tem problemas com a tecnologia?
Graham – Para quem já tem problemas, mas essa é uma boa questão. Grande parte do que chamamos de vício está ligada à parte social. As pessoas não se viciam em Microsoft Office, por exemplo. E aqueles que jogavam em consoles, no passado, não ficavam conectados por 14 horas, como acontece hoje com os jogadores de “World of Warcraft”.
Nesses ambientes sociais você está envolvido com outras pessoas. A pressão para ficar naquele universo não é só sua, mas também do grupo. Alguns gamers conseguem parar de jogar por algum tempo, mas então seus amigos pedem que eles voltem. Ou o mestre do jogo dirá que espera ele lá, jogando todos os dias.
* Divulgação
Hospital Capio Nightingale cuida de viciados em internet; preço varia de acordo com tratamento
Cada vez mais os diferentes aspectos da tecnologia estão se aproximando. O que parece um jogo é também uma rede social, pois permite conversar com pessoas de todo o mundo. Seus amigos estão nesse jogo, aqueles que o apoiam estão nesse jogo, suas vitórias estão nesse jogo. Da mesma forma, há games disponíveis no Facebook. Por isso o serviço do Capio Nightingale se chama centro de recuperação de pessoas viciadas em tecnologia, e não só de viciados em games.
UOL Tecnologia – Para quem fica internado no hospital, como é o tratamento?
Graham – Eles ficam em um quarto com banheiro, sem acesso ao computador, com muito conteúdo para ler e participam de diferentes atividades durante o dia. Conversamos com eles sobre tecnologia, sobre suas relações com as pessoas e eles são encorajados a fazer ginástica, a sair para passear na companhia de enfermeiros.
Eles são muito ansiosos. No começo, têm medo de sair até para ir a um mercado em frente ao hospital, para comprar um chocolate ou um jornal. Mas depois de três ou quatro dias já é possível ver mudanças no humor deles, que ficam mais sociais, mais ativos, comem melhor, falam melhor e ficam mais confiantes. O tratamento leva em média 28 dias.
UOL Tecnologia – O serviço é voltado para jovens. Por quê?
Graham - Cerca de 75% dos problemas psicológicos têm início antes de a pessoa se tornar adulta. É mais fácil ajudar uma pessoa nesse estágio inicial a não desenvolver um grande problema do que ajudá-la quando o problema já está grande. A ideia de realizar uma intervenção cedo é prevenir que o problema cresça, ajudando o paciente a voltar para um caminho saudável.
Além disso, não havia nenhum tratamento específico para jovens viciados em tecnologia em nenhum outro lugar [na Inglaterra]. Então, com 17 ou 18 anos, eles poderiam conseguir ajuda, mas aí estariam junto a adultos, que enfrentam problemas muitas vezes misturados ao uso de substâncias químicas. Esse não é o ambiente mais esperançoso para um jovem buscar ajuda.
UOL Tecnologia – O site do hospital diz que o preço do tratamento depende do programa que é recomendado ao paciente. Pode dizer quanto custa?
Graham – Não, mas é caro. Muitos milhares de libras por semana.
UOL Tecnologia – Seria um valor equivalente a uma internação para dependentes químicos.
Graham – É um valor similar, acredito.
UOL Tecnologia – Quando alguém tem alta do tratamento, o que não pode voltar a fazer?
Graham - Não pode gastar tanto tempo no computador quanto fazia antes, tem de controlar o acesso. Não podem voltar a usar a internet ou a jogar como faziam, porque senão voltam rápido para a mesma situação.
Uma das dificuldades relacionadas à recuperação em muitos tipos de vícios é a reconstrução da vida, porque o paciente pode não ter mais amigos fora do computador, por exemplo. Ele pode não ter mais nada para fazer durante o dia, então terá de fazer um curso, procurar emprego, sair de casa.
Quando o tratamento funciona bem, os pacientes se entediam com aquilo que faziam antes. Há menos pressão para voltar aos velhos hábitos porque eles podem não achá-los tão interessantes.
UOL Tecnologia – Quais os casos mais extremos de pessoas viciadas em tecnologia?
Graham – Teve um jovem que, quando foi proibido de usar o computador, ameaçou bater em sua mãe com um taco de baseball. Ele não bateu na mãe, mas atingiu objetos. Alguns ameaçam suicídio, fogem da casa e vão para o meio dos carros, na rua. Isso é assustador, estamos falando de comportamentos extremos.
UOL Tecnologia – A pior consequência do vício em drogas é a overdose. Pessoas viciadas em jogo podem perder muito dinheiro. E quais podem ser as piores consequências do vício em tecnologia?
Graham – A morte.
UOL Tecnologia – Alguém pode morrer de tanto usar internet?
Graham – Sim. Tem o caso de um jovem de 20 anos na Inglaterra, no ultimo verão [entre junho e agosto], que morreu vítima de um coágulo que apareceu em sua perna. Isso depois de ele jogar no computador por muito tempo. Já tinha casos parecidos na Coreia do Sul, mas esse foi o primeiro que tive conhecimento na Inglaterra. Os riscos são muito claros.
Se a pessoa joga muito ela provavelmente não se exercita, come mal, fica mais fraca, menos saudável, tem depressão ou fica ansiosa. Também há casos de pacientes que entram em um estado paranoico.
Existe um pensamento de que alguém pode jogar muito por estar deprimido. Nesse caso, tratando a depressão, a pessoa poderia se sentir melhor e parar de jogar. Isso pode funcionar, mas não é tão poderoso quanto parar de usar o computador. O excesso de tecnologia esgota o cérebro da mesma forma como acontece com a depressão e como acontece com o uso de anfetaminas, por exemplo, que dão muita empolgação para depois deprimir.
UOL Tecnologia – Quando pensamos em viciados em internet, a imagem é de uma pessoa usando um desktop. Mas temos cada vez mais smartphones e outros portáteis com acesso à web. Como eles mudam esse vício?
Graham – Nesses casos, é preciso pensar o que você faria se não tivesse seu telefone celular por perto. Quão mal você se sentiria sem ele? Você o coloca como uma prioridade? A máquina sempre vem antes?
Às vezes a tecnologia funciona como um ursinho de pelúcia: você se sente confortado de tê-la por perto. Ela é amigável, você gosta dela e a leva para todos os lugares com você. Se você tirar o ursinho de pelúcia de uma criança, ela vai chorar.
Tem também as situações quando isso tudo fica mais compulsivo, quando você checa o tempo todo as mensagens e quer ficar online mais e mais e mais. Há pessoas que não conseguem desligar seus smartphones, não conseguem viver sem eles, não iriam para qualquer parte do mundo sem sinal de internet. Há diferentes tipos de dependência no uso.
quarta-feira, outubro 26, 2011
O que é ser professor nos dias de hoje?
O que é ser professor nos dias de hoje?
POR: MARIA LÚCIA FERREIRA
Em outubro é celebrado o Dia do Professor. Será que temos o que comemorar? O que é ser professor nos dias de hoje? A semana é marcada pelo Dia de Nossa Senhora Aparecida e pelo Dia das Crianças. Assim, o Dia do Professor corre o risco de ser esquecido. Será muita sorte algum aluno levar uma maçã, dar um abraço ou desejar parabéns por esse dia. Na verdade, apesar da imagem idealizada do passado, em que o professor "era respeitado", nunca foi fácil ser professor. Existe, contudo, algo de fascinante em ser professor. Como o filósofo da alegoria da caverna platônica, o professor quer libertar os que ficaram presos, quer compartilhar esse conhecimento que ilumina e que projeta um novo horizonte na vida de cada ser humano.
O professor acredita no seu papel na formação de homens virtuosos, praticantes do bem, capazes de tomar decisões racionais, comprometidos com a construção de uma sociedade justa. O professor do século XXI não é mais o mestre com todas as respostas decoradas, mas o discípulo de Sócrates, rodeado de pessoas inteligentes e questionadoras, seus alunos, em busca de um saber coletivo e transformador. Celebremos em cada encontro com nossos alunos a alegria de estar com eles, dialogando, compartilhando, ensinando e aprendendo. É com muita gratidão que encerro cada aula, com muito respeito a cada aluno que entrou naquela sala com esperança de que eu fosse fazer diferença em sua vida.
POR: MARIA LÚCIA FERREIRA
Em outubro é celebrado o Dia do Professor. Será que temos o que comemorar? O que é ser professor nos dias de hoje? A semana é marcada pelo Dia de Nossa Senhora Aparecida e pelo Dia das Crianças. Assim, o Dia do Professor corre o risco de ser esquecido. Será muita sorte algum aluno levar uma maçã, dar um abraço ou desejar parabéns por esse dia. Na verdade, apesar da imagem idealizada do passado, em que o professor "era respeitado", nunca foi fácil ser professor. Existe, contudo, algo de fascinante em ser professor. Como o filósofo da alegoria da caverna platônica, o professor quer libertar os que ficaram presos, quer compartilhar esse conhecimento que ilumina e que projeta um novo horizonte na vida de cada ser humano.
O professor acredita no seu papel na formação de homens virtuosos, praticantes do bem, capazes de tomar decisões racionais, comprometidos com a construção de uma sociedade justa. O professor do século XXI não é mais o mestre com todas as respostas decoradas, mas o discípulo de Sócrates, rodeado de pessoas inteligentes e questionadoras, seus alunos, em busca de um saber coletivo e transformador. Celebremos em cada encontro com nossos alunos a alegria de estar com eles, dialogando, compartilhando, ensinando e aprendendo. É com muita gratidão que encerro cada aula, com muito respeito a cada aluno que entrou naquela sala com esperança de que eu fosse fazer diferença em sua vida.
segunda-feira, outubro 17, 2011
Brasil precisa de mais 150 mil engenheiros até 2012
O Estado de São Paulo, 15/10/2011 - São Paulo SP
Brasil precisa de mais 150 mil engenheiros até 2012
Setor de petróleo e gás é um dos que têm maior falta de profissionais, segundo a CNI
Luciele Velluto - Jornal da Tarde O Brasil precisa de mais 150 mil engenheiros até o final de 2012, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). E, por causa de investimentos no setor de energia, infraestrutura e a descoberta do pré-sal, uma das áreas com maior necessidade de profissionais é a de petróleo e gás. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o setor de petróleo e gás (incluindo-se extração e refino) continuará expandindo sua demanda por esses profissionais a taxas entre 13% e 19% ao ano. No Brasil, formam-se anualmente 48 mil engenheiros em todas as especializações. Na procura por profissionais para o setor de petróleo e gás, de cada dois candidatos selecionados, dois são contratados. “Normalmente, para vaga de engenharia, a seleção é feita com quatro, cinco profissionais para só então a empresa escolher. Já quando a vaga é no segmento de petróleo e gás, são selecionados um ou dois candidatos. E, se forem dois, ambos são contratados por causa da grande demanda”, diz João Amaral, headhunter da divisão de Petróleo e Gás da Michael Page, empresa de recrutamento e seleção.
Atualmente, na Michael Page há 40 vagas abertas para esse segmento da engenharia e, segundo Amaral, com dificuldade para serem preenchidas. “As empresas têm pago altos salários para quem é especializado nessa área. Até porque, para a companhia vale mais a pena pagar bem e manter a operação do que parar a produção por causa da falta de profissional”, comenta o headhunter. A demanda é tão grande que o setor tem buscado profissionais em outras áreas da engenharia, como automotiva, de energia, de telecomunicações e até da indústria farmacêutica. “É um setor que tem pago mais que os outros e oferece um bom pacote de benefícios para atrair pessoas de outras áreas. E isso também é estratégia para manter o profissional na empresa, já que a disputa é grande”, afirma Rafael Meneses, da empresa de recrutamento e seleção Asap.
O diretor da empresa de recursos humanos FCB, Valter Teixeira, explica que as vagas não se limitam a Petrobrás e subsidiárias da estatal. “Há demanda em empresas que prestam serviço, realizam e executam projetos para a Petrobrás”, explica. Porém, não basta ter vontade de migrar para o segmento. Segundo os especialistas, nem para todas as áreas do setor de petróleo e gás a formação de engenheiro, mecânico, eletrônico ou de produção, é suficiente. “Tem que ir atrás de especialização. Para quem trabalha embarcado (nas plataformas de extração de petróleo), por exemplo, é um trabalho muito específico. Mas paga o dobro”, afirma Amaral. Outra recomendação dos especialistas em recursos humanos e seleção é buscar cursos técnicos na área, que podem oferecer um diferencial para esse profissional. “E uma segunda língua é fundamental, pois há empresas novas chegando ao País ou atuando lá fora”, diz Meneses.
Na área - A engenheira química Maria Regina Oeino, de 51 anos, voltou para o setor de petróleo e gás após um hiato de dez anos. “Eu comecei nessa área trabalhando com projetos e depois, quando o setor ficou ruim, saí, atuei na indústria e virei professora universitária. Só voltei agora, nos anos 2000, quando o setor voltou a ter investimento”, conta. Maria Regina afirma que o mercado tem grande demanda e houve um período em que faltou formação de profissionais para atuar na área. “Não se encontra engenheiros no setor com 15 anos de atuação, por exemplo. Ou são mais velhos, como eu, ou mais novos. Isso porque nos anos 90 não havia investimento e demanda nesse setor”, analisa. Para a engenheira, nos próximos 10 a 20 anos esse será um setor de forte oferta de vagas. “Estamos defasados e é hora de recupera.”
Brasil precisa de mais 150 mil engenheiros até 2012
Setor de petróleo e gás é um dos que têm maior falta de profissionais, segundo a CNI
Luciele Velluto - Jornal da Tarde O Brasil precisa de mais 150 mil engenheiros até o final de 2012, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). E, por causa de investimentos no setor de energia, infraestrutura e a descoberta do pré-sal, uma das áreas com maior necessidade de profissionais é a de petróleo e gás. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o setor de petróleo e gás (incluindo-se extração e refino) continuará expandindo sua demanda por esses profissionais a taxas entre 13% e 19% ao ano. No Brasil, formam-se anualmente 48 mil engenheiros em todas as especializações. Na procura por profissionais para o setor de petróleo e gás, de cada dois candidatos selecionados, dois são contratados. “Normalmente, para vaga de engenharia, a seleção é feita com quatro, cinco profissionais para só então a empresa escolher. Já quando a vaga é no segmento de petróleo e gás, são selecionados um ou dois candidatos. E, se forem dois, ambos são contratados por causa da grande demanda”, diz João Amaral, headhunter da divisão de Petróleo e Gás da Michael Page, empresa de recrutamento e seleção.
Atualmente, na Michael Page há 40 vagas abertas para esse segmento da engenharia e, segundo Amaral, com dificuldade para serem preenchidas. “As empresas têm pago altos salários para quem é especializado nessa área. Até porque, para a companhia vale mais a pena pagar bem e manter a operação do que parar a produção por causa da falta de profissional”, comenta o headhunter. A demanda é tão grande que o setor tem buscado profissionais em outras áreas da engenharia, como automotiva, de energia, de telecomunicações e até da indústria farmacêutica. “É um setor que tem pago mais que os outros e oferece um bom pacote de benefícios para atrair pessoas de outras áreas. E isso também é estratégia para manter o profissional na empresa, já que a disputa é grande”, afirma Rafael Meneses, da empresa de recrutamento e seleção Asap.
O diretor da empresa de recursos humanos FCB, Valter Teixeira, explica que as vagas não se limitam a Petrobrás e subsidiárias da estatal. “Há demanda em empresas que prestam serviço, realizam e executam projetos para a Petrobrás”, explica. Porém, não basta ter vontade de migrar para o segmento. Segundo os especialistas, nem para todas as áreas do setor de petróleo e gás a formação de engenheiro, mecânico, eletrônico ou de produção, é suficiente. “Tem que ir atrás de especialização. Para quem trabalha embarcado (nas plataformas de extração de petróleo), por exemplo, é um trabalho muito específico. Mas paga o dobro”, afirma Amaral. Outra recomendação dos especialistas em recursos humanos e seleção é buscar cursos técnicos na área, que podem oferecer um diferencial para esse profissional. “E uma segunda língua é fundamental, pois há empresas novas chegando ao País ou atuando lá fora”, diz Meneses.
Na área - A engenheira química Maria Regina Oeino, de 51 anos, voltou para o setor de petróleo e gás após um hiato de dez anos. “Eu comecei nessa área trabalhando com projetos e depois, quando o setor ficou ruim, saí, atuei na indústria e virei professora universitária. Só voltei agora, nos anos 2000, quando o setor voltou a ter investimento”, conta. Maria Regina afirma que o mercado tem grande demanda e houve um período em que faltou formação de profissionais para atuar na área. “Não se encontra engenheiros no setor com 15 anos de atuação, por exemplo. Ou são mais velhos, como eu, ou mais novos. Isso porque nos anos 90 não havia investimento e demanda nesse setor”, analisa. Para a engenheira, nos próximos 10 a 20 anos esse será um setor de forte oferta de vagas. “Estamos defasados e é hora de recupera.”
terça-feira, setembro 20, 2011
Salvas pela Educação
Salvas pela Educação
Mulheres conquistam espaço cada vez maior no mercado de trabalho ao priorizarem o conhecimento; no Brasil, elas são 64% da mão de obra
Fonte: Correio Braziliense (DF)O desenvolvimento econômico destrancou os portões e as meninas e mulheres correram para as Escolas em todo o mundo. Hoje, elas são maioria no ensino superior em dois terços dos países e estão em maior quantidade no nível médio em quase metade das nações.
Obtêm melhores notas que os homens em geral, repetem menos de ano, tendem a ter desempenho excepcional em línguas e interpretação de texto e já invadem antigos redutos do sexo masculino, como a matemática e as ciências.
O resultado dessa revolução educacional permitiu às mulheres avançar a passos largos no mercado de trabalho. É o que revela Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial, divulgado ontem pelo Banco Mundial (Bird), em Washington.
Nos últimos 30 anos, houve aumento da participação da mão de obra feminina na geração de riqueza em todas as faixas etárias e em quase todas as regiões do mundo — as exceções foram a Europa Ocidental e a Ásia Central.
O crescimento foi mais rápido na América Latina e no Caribe, em especial no Brasil, onde as mulheres passaram a representar 64% do mercado de trabalho, quase o dobro dos 39% observados em 1980. Na Argentina, a participação, no mesmo período, passou de 39% para 51%.
Tal evolução também se observou, mesmo que em um ritmo um menor, no Oriente Médio e no norte da África. Mas, nessas duas regiões, a representação da mão de obra feminina ainda é pequena, em torno de 26% do total. Já no leste da Ásia e do Pacífico, elas são a maior parcela: 64%. Na África Sub-Saariana: 61%.
Na avaliação dos pesquisadores do Banco Mundial, a maior presença das mulheres no mercado de trabalho tem contribuído para reduzir a lacuna em relação aos homens. Os estudiosos ressaltam que, na América Latina, o avanço médio de 42% da força de trabalho feminina em 10 países deve ser atribuído ao acesso à Educação e a mudanças na estrutura familiar, com a postergação dos casamentos e a decisão de ter menos filhos.
Distorções
Mas, apesar de tanto esforço e dos visíveis avanços, as mulheres ainda ganham menos que os homens na mesma função e ocupam poucos cargos altos nos governos e de chefia nas empresas privadas. Nos países pobres, as melhorias são mais lentas, e elas ainda estão concentradas no trabalho agrícola ou nos afazeres do lar.
A maioria nas Escolas ainda é de meninos, embora as garotas estejam em plena maratona para encurtar a distância. Na África Sub-Saariana, para cada 100 meninos no ensino primário, o número de meninas subiu de 85, em 1999, para 91 em 2008.
Para os técnicos do Bird, o fim das barreiras em relação às mulheres — desde a discriminação no trabalho ao menor acesso ao crédito — resultará em aumento da produtividade da economia em vários países em até 25%, pois as “habilidades e os talentos” delas serão aproveitados de forma mais efetiva.
“Na América Latina, esse ganho de eficiência é estimado entre 4% e 16%”, afirma Ana Revenga, diretora da instituição e coautora do relatório. Ela diz mais: “O desenvolvimento econômico tem aberto as portas e reduzido as desigualdades entre homens e mulheres, particularmente nos países em que a renda da população tem melhorado”.
Porém, de forma geral, as mulheres ao redor do mundo detêm empregos de menor produtividade e que pagam menos. “Elas trabalham em fazendas menores, no caso das que estão na atividade agrícola, dirigem negócios pequenos, atuam mais na informalidade e raramente estão no poder”, destaca o documento do Bird.
Entre os agricultores, as mulheres raramente são donas de terras e suas propriedades são geralmente menores do que as dos homens e valem menos. No Brasil, elas representam apenas 11% dos proprietários. No Quênia, na África, são 5%.
Sinal de alerta
Embora saindo em desvantagem — eram 10,8 milhões em 1970 contra 17,7 milhões de homens — o número de estudantes femininas nas universidades aumentou sete vezes nas últimas quatro décadas nos 96 países pesquisados pelo Banco Mundial e atingiu 80,9 milhões em 2008.
No mesmo período, a quantidade, de homens no ensino superior cresceu apenas quatro vezes, para 77,8 milhões. Além de dominarem os bancos do ensino médio e das universidades, o melhor desempenho das mulheres já acendeu alerta nos países desenvolvidos.
Não à toa, afirma os especialistas da instituição, as economias de renda mais alta estão preocupadas com as notas baixas dos meninos frente às obtidas pelas garotas. Eles assinalam ainda a invasão das mulheres nas universidades ao incremento da demanda no mundo globalizado por empregos de natureza intelectual e não braçal.
Vantagens e desvantagens
A repetição e a taxa de desistência são maiores entre os meninos que entre as meninas, informa o Banco Mundial. Garotos acima de 15 anos ainda mantêm vantagem em relação às garotas na matemática, mas a diferença vem ficando cada vez menor.
Nos Estados Unidos e em Israel, as estudantes femininas obtêm notas melhores nas principais disciplinas, incluindo matemática e ciência. Na França, elas são maioria nas matrículas das grandes Escolas de negócios.
Brasil se torna o país das doutoras, mas ainda há discriminação contra elas
Brasil se torna o país das doutoras, mas ainda há discriminação contra elas
Ana D'Angelo - Correio Braziliense
Publicação: 19/09/2011 08:08 Atualização:
O Brasil está tornando-se um país de doutoras. De 2004 a 2010, as mulheres obtiveram mais títulos de mestre e de doutor que os homens. É o que revelam dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Ciência e Tecnologia, obtidos com exclusividade pelo Correio. No total, foram tituladas 35.626 estudantes femininas nos últimos sete anos, 5% mais que os homens (33.765). No mestrado, a diferença é maior: foram beneficiadas 117.382 mulheres, frente a 100.202 estudantes do sexo masculino — 17% mais. A supremacia feminina também se dá relação ao número dos matriculados e aos que ainda não tiveram a dissetação aprovada.
Elas estão conscientes de que quanto mais estudo, maior será o salário no bolso. A remuneração de um doutor pode ser até 37% superior à paga a quem só tem o curso superior, dependendo da área de atuação. Mas o estudo a mais não conta apenas para quem quer seguir a carreira de professor. Para cargos de chefia, a especialização faz enorme diferença. No governo, já se paga salários diferenciados conforme a titulação do servidor. Os pesquisadores do Instituto de Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro) com doutorado ganham de 16% a 21% mais que os colegas com mestrado e de 27% a 32% mais do aqueles com apenas o curso superior. O mesmo ocorre no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi): a diferença salarial entre quem tem mestrado e doutorado e os demais chega a 30%.
“É uma tendência mundial as mulheres ultrapassarem os homens no ensino superior”, constata o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann. O Brasil está entre os países que mais titulam mulheres em doutorado. Em termos proporcionais, está em terceiro lugar no mundo, atrás apenas de Portugal e Itália, conforme o Centro de Gestão e Estudos estratégicos (CGEE). Pochmann destaca que, com a globalização, a demanda maior é por mão de obra intelectual, e as mulheres estão mantendo a dianteira.
Michelle Flaviane Soares Pinto, 27 anos, é uma dessas tituladas. Depois de concluir o mestrado em biotecnologia, resolveu aprofundar-se no tema e partiu para o doutorado na Universidade Católica de Brasília. “Descobri a área de pesquisa ainda na faculdade e me apaixonei”, conta. Ela divide a sala com 11 mulheres e sete homens. “É um curso tradicionalmente masculino, mas estamos conquistando cada vez mais espaço. É gratificante saber que podemos contribuir com a ciência e ajudar em alguma coisa”, emociona-se.
Colegas de curso de Michelle, a bióloga Jéssica Carvalho Bergmann, 28 anos, e a farmacêutica Daiva Domenech Tupinambá, 38 anos, destacam o esforço para se aperfeiçoarem, mas avaliam que isso não é totalmente reconhecido no mercado de trabalho, sobretudo quando o assunto é salário. “Ainda hoje sofremos preconceito”, lamenta Daiva.
Doutora em artes, dança e teatro, Cristina Fernandes Rosa, 37 anos, avalia que quem opta pela especialização máxima deve ter em mente a carreira acadêmica ou de pesquisa. “Quando decidi fazer o doutorado em artes, dança e teatro, sabia que ficaria na área acadêmica. Para o mercado de trabalho tradicional, não vale a pena. Nesse caso, as melhores opções são a pós-graduação e o MBA (Master of Business Administration)”, afirma.
Ana D'Angelo - Correio Braziliense
Publicação: 19/09/2011 08:08 Atualização:
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Elas estão conscientes de que quanto mais estudo, maior será o salário no bolso. A remuneração de um doutor pode ser até 37% superior à paga a quem só tem o curso superior, dependendo da área de atuação. Mas o estudo a mais não conta apenas para quem quer seguir a carreira de professor. Para cargos de chefia, a especialização faz enorme diferença. No governo, já se paga salários diferenciados conforme a titulação do servidor. Os pesquisadores do Instituto de Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro) com doutorado ganham de 16% a 21% mais que os colegas com mestrado e de 27% a 32% mais do aqueles com apenas o curso superior. O mesmo ocorre no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi): a diferença salarial entre quem tem mestrado e doutorado e os demais chega a 30%.
“É uma tendência mundial as mulheres ultrapassarem os homens no ensino superior”, constata o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann. O Brasil está entre os países que mais titulam mulheres em doutorado. Em termos proporcionais, está em terceiro lugar no mundo, atrás apenas de Portugal e Itália, conforme o Centro de Gestão e Estudos estratégicos (CGEE). Pochmann destaca que, com a globalização, a demanda maior é por mão de obra intelectual, e as mulheres estão mantendo a dianteira.
Michelle Flaviane Soares Pinto, 27 anos, é uma dessas tituladas. Depois de concluir o mestrado em biotecnologia, resolveu aprofundar-se no tema e partiu para o doutorado na Universidade Católica de Brasília. “Descobri a área de pesquisa ainda na faculdade e me apaixonei”, conta. Ela divide a sala com 11 mulheres e sete homens. “É um curso tradicionalmente masculino, mas estamos conquistando cada vez mais espaço. É gratificante saber que podemos contribuir com a ciência e ajudar em alguma coisa”, emociona-se.
Colegas de curso de Michelle, a bióloga Jéssica Carvalho Bergmann, 28 anos, e a farmacêutica Daiva Domenech Tupinambá, 38 anos, destacam o esforço para se aperfeiçoarem, mas avaliam que isso não é totalmente reconhecido no mercado de trabalho, sobretudo quando o assunto é salário. “Ainda hoje sofremos preconceito”, lamenta Daiva.
Doutora em artes, dança e teatro, Cristina Fernandes Rosa, 37 anos, avalia que quem opta pela especialização máxima deve ter em mente a carreira acadêmica ou de pesquisa. “Quando decidi fazer o doutorado em artes, dança e teatro, sabia que ficaria na área acadêmica. Para o mercado de trabalho tradicional, não vale a pena. Nesse caso, as melhores opções são a pós-graduação e o MBA (Master of Business Administration)”, afirma.
segunda-feira, setembro 19, 2011
Tablets viram aposta para aulas mais dinâmicas
Tablets viram aposta para aulas mais dinâmicas
Por: Marcelle Ribeiro
SÃO PAULO. Para tornar as aulas mais dinâmicas e interativas, escolas começam a apostar nos tablets. A rede do Sistema Educacional Brasileiro (SEB), que tem três mil alunos no 1 ano do ensino médio, distribuídos em 24 escolas em seis estados - São Paulo, Minas Gerais, Alagoas, Bahia, Espírito Santo e Paraná -, além do Distrito Federal, adota a nova tecnologia. Os tablets fazem parte de um projeto digital, que começou há quatro anos, e já disponibilizou sete mil netbooks para os alunos. - Os tablets têm mais apelo sensorial que os netbooks. Eles são uma versão portátil do que o aluno vê nas nossas lousas digitais - conta Rose Bernardi, diretora da escola Pueri Domus, em São Paulo, uma das unidades da rede SEB. A Pueri Domus entregou aos estudantes, no início deste mês, 170 tablets com sistema operacional Android, que é mais compatível com softwares de conteúdos educacionais. Nos aparelhos, roteiros das aulas e testes simulados, principalmente de Ciências e Matemática.
"Tecnologia sozinha não faz nada" - Também em São Paulo, o colégio Dante Alighieri tem uma espécie de projeto piloto com tablets. Alunos de uma das dez salas do 1 ano do ensino médio e os professores das disciplinas estão ajudando a desenvolver os conteúdos que vão ser usados a partir da experiência com o tablet. Na aula de Física, por exemplo, os estudantes já aprenderam a usar um aplicativo que simula lançamentos horizontais. A preocupação é evitar que o "projeto seja só um penduricalho digital". - A gente vem amadurecendo (o uso do tablet). A tecnologia sozinha não faz nada - afirma Valdenice Cerqueira, coordenadora de Tecnologia Educacional do Dante. - Uso para estudar, fazer resumos com um aplicativo que é um caderno, e para ler. Acho que, com os tablets, a aula vai melhorar, porque poderemos pesquisar assuntos mais rapidamente - diz Barbara Carli, de 15 anos, que também espera ter que carregar menos peso na mochila com o advento do tablet e, assim como os outros alunos integrantes do projeto, já utilizava o equipamento. Universitários no Rio e no ES também usam equipamento - Mas nem só o ensino médio faz uso do tablet. No Rio e no Espírito Santo, a universidade Estácio de Sá já distribuiu seis mil deles para alunos dos seguintes cursos: Direito, Hotelaria e Gastronomia. Eles carregam livros digitais e apostilas com conteúdos ligados aos cursos de graduação. Mas esse é apenas o começo. A Estácio pretende entregar outros 15 mil aparelhos, em todos os campi da universidade, até o fim de 2012.
Por: Marcelle Ribeiro
SÃO PAULO. Para tornar as aulas mais dinâmicas e interativas, escolas começam a apostar nos tablets. A rede do Sistema Educacional Brasileiro (SEB), que tem três mil alunos no 1 ano do ensino médio, distribuídos em 24 escolas em seis estados - São Paulo, Minas Gerais, Alagoas, Bahia, Espírito Santo e Paraná -, além do Distrito Federal, adota a nova tecnologia. Os tablets fazem parte de um projeto digital, que começou há quatro anos, e já disponibilizou sete mil netbooks para os alunos. - Os tablets têm mais apelo sensorial que os netbooks. Eles são uma versão portátil do que o aluno vê nas nossas lousas digitais - conta Rose Bernardi, diretora da escola Pueri Domus, em São Paulo, uma das unidades da rede SEB. A Pueri Domus entregou aos estudantes, no início deste mês, 170 tablets com sistema operacional Android, que é mais compatível com softwares de conteúdos educacionais. Nos aparelhos, roteiros das aulas e testes simulados, principalmente de Ciências e Matemática.
"Tecnologia sozinha não faz nada" - Também em São Paulo, o colégio Dante Alighieri tem uma espécie de projeto piloto com tablets. Alunos de uma das dez salas do 1 ano do ensino médio e os professores das disciplinas estão ajudando a desenvolver os conteúdos que vão ser usados a partir da experiência com o tablet. Na aula de Física, por exemplo, os estudantes já aprenderam a usar um aplicativo que simula lançamentos horizontais. A preocupação é evitar que o "projeto seja só um penduricalho digital". - A gente vem amadurecendo (o uso do tablet). A tecnologia sozinha não faz nada - afirma Valdenice Cerqueira, coordenadora de Tecnologia Educacional do Dante. - Uso para estudar, fazer resumos com um aplicativo que é um caderno, e para ler. Acho que, com os tablets, a aula vai melhorar, porque poderemos pesquisar assuntos mais rapidamente - diz Barbara Carli, de 15 anos, que também espera ter que carregar menos peso na mochila com o advento do tablet e, assim como os outros alunos integrantes do projeto, já utilizava o equipamento. Universitários no Rio e no ES também usam equipamento - Mas nem só o ensino médio faz uso do tablet. No Rio e no Espírito Santo, a universidade Estácio de Sá já distribuiu seis mil deles para alunos dos seguintes cursos: Direito, Hotelaria e Gastronomia. Eles carregam livros digitais e apostilas com conteúdos ligados aos cursos de graduação. Mas esse é apenas o começo. A Estácio pretende entregar outros 15 mil aparelhos, em todos os campi da universidade, até o fim de 2012.
quarta-feira, setembro 14, 2011
Dilma volta a defender recurso à saúde e não descarta novo imposto
14/09/2011 - 16h10
Dilma afirmou que há problemas de gestão na área, mas também é necessário mais recursos para a área.
"Tem um [problema na área da saúde] de gestão. Eu falo nele porque passo todos os dias, os santos dias, pensando nele", disse, citando a falta de controle nos reembolsos do setor privado no SUS, falta de médicos, equipamentos estragados.
A presidente apelou para que a sociedade "entenda" que é preciso mais dinheiro para a área, e que cabe ao Congresso ajudar. "A opinião pública tem de entender."
"Nós todos temos de ter consciência [que] se você quiser um sistema universal de saúde, gratuito e de qualidade, nós vamos ter de colocar dinheiro na Saúde e colocar gestão na área de Saúde, as duas coisas", disse.
ROYALTIES
Perguntada sobre uma solução para a disputa da divisão dos royalties do petróleo, a presidente afirmou que a solução encontrada respeitará contratos existentes.
"Tem de repartir sem criar consequências graves para ninguém. [...] A jurisdicionalização não interessa a ninguém", afirmou.
Dilma volta a defender recurso à saúde e não descarta novo imposto
ANA FLOR
A presidente Dilma Rousseff voltou a defender mais recursos para a saúde nesta quarta-feira e não descartou a criação de novas fontes de tributação para financiar a saúde.
Ao falar à imprensa nesta quarta-feira, Dilma afirmou que a área da saúde precisa de mais recursos, mas deu a entender que o total de recursos podem ficar abaixo dos R$ 40 bilhões que eram arrecadados com a extinta CPMF. Dilma afirmou que há problemas de gestão na área, mas também é necessário mais recursos para a área.
"Tem um [problema na área da saúde] de gestão. Eu falo nele porque passo todos os dias, os santos dias, pensando nele", disse, citando a falta de controle nos reembolsos do setor privado no SUS, falta de médicos, equipamentos estragados.
A presidente apelou para que a sociedade "entenda" que é preciso mais dinheiro para a área, e que cabe ao Congresso ajudar. "A opinião pública tem de entender."
"Nós todos temos de ter consciência [que] se você quiser um sistema universal de saúde, gratuito e de qualidade, nós vamos ter de colocar dinheiro na Saúde e colocar gestão na área de Saúde, as duas coisas", disse.
ROYALTIES
Perguntada sobre uma solução para a disputa da divisão dos royalties do petróleo, a presidente afirmou que a solução encontrada respeitará contratos existentes.
"Tem de repartir sem criar consequências graves para ninguém. [...] A jurisdicionalização não interessa a ninguém", afirmou.
sexta-feira, setembro 09, 2011
Ciência da Computação na Educação Básica
JC e-mail 4340, de 09 de Setembro de 2011. | ||||||||
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quinta-feira, setembro 08, 2011
Aberto edital para bolsas de doutorado nos Estados Unidos
Pós-Graduação
Aberto edital para bolsas de doutorado nos Estados Unidos
Quinta-feira, 08 de setembro de 2011 - 16:01
Doutorandos brasileiros podem se candidatar às bolsas de estudos, na modalidade sanduíche, nos Estados Unidos, por meio de cooperação entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a Comissão Fulbright. O Programa Capes-Fulbright de Estágio de Doutorando nos EUA 2012-2013 concederá até 50 bolsas de estudos com duração de nove meses, e tem como objetivo desenvolver as pesquisas realizadas por doutorandos no Brasil e estreitar as relações bilaterais entre os dois países. Os interessados têm prazo até 15 de outubro para se candidatar.A seleção acontecerá em cinco fases: consistência documental, análise de mérito, entrevistas, priorização das candidaturas e reunião conjunta. Os resultados finais deverão ser divulgados em dezembro deste ano.
Os bolsistas receberão, pela Capes, mensalidade para cobrir as despesas relativas a moradia, alimentação e transporte local no valor de US$ 1.300 (R$ 2.160), auxílio instalação de US$ 990 (R$ 1.643), pagamento de eventuais taxas para acesso às instalações da instituição e auxílio deslocamento ou passagem aérea de ida e volta para o translado Brasil-EUA-Brasil, a critério da agência.
Pela Comissão Fulbright são concedidos auxílio-pesquisa para o período de nove meses, variando entre US$ 2 mil (3.320) e US$ 7 mil (R$ 11.623), de acordo com a instituição norte-americana, e seguro saúde. A critério da Comissão Fulbright, o doutorando poderá participar de curso intensivo de língua inglesa nos EUA, com até quatro meses de duração, imediatamente anteriores ao início das atividades acadêmicas, incluindo estadia, taxas e material didático.
Diego Rocha
Acesse o edital
Mais informações:
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Telefones (61) 2022-6657 (Capes) e (61) 3248-8605 (Comissão Fulbright)
sábado, setembro 03, 2011
MEC vai distribuir tablets para alunos da rede pública
MEC vai distribuir tablets para alunos da rede pública
Rio - O Ministério da Educação (MEC) vai distribuir tablets - computadores pessoais portáteis do tipo prancheta, da espessura de um livro - a escolas públicas a partir do próximo ano. A informação foi divulgada hoje pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, durante palestra a editores de livros escolares, na 15ª Bienal do Livro. O objetivo, segundo o ministro, é universalizar o acesso dos alunos à tecnologia.
Haddad afirmou que o edital para a compra dos equipamentos será publicado ainda este ano. "Nós estamos investindo em conteúdos digitais educacionais. O MEC investiu, só no último período, R$ 70 milhões em produção de conteúdos digitais. Temos portais importantes, como o Portal do Professor e o Portal Domínio Público. São 13 mil objetos educacionais digitais disponíveis, cobrindo quase toda a grade do ensino médio e boa parte do ensino fundamental."
O ministro disse que o MEC está em processo de transformação. "Precisamos, agora, dar um salto, com os tablets. Mas temos que fazer isso de maneira a fortalecer a indústria, os autores, as editoras, para que não venhamos a sofrer um problema de sustentabilidade, com a questão da pirataria."
Haddad não soube precisar o volume de tablets que será comprado pelo MEC, mas disse que estaria na casa das "centenas de milhares". Ele destacou que a iniciativa está sendo executada em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
"O MEC, neste ano, já publica o edital de tablets, com produção local, totalmente desonerado de impostos, com aval do Ministério da Fazenda. A ordem de grandeza do MEC é de centenas de milhares. Em 2012, já haverá uma escala razoável na distribuição de tablets
sexta-feira, agosto 26, 2011
Sala de aula digital: um sonho possível
> O Tempo, 26/08/2011 - Belo Horizonte MG
Sala de aula digital: um sonho possível
Educação poderá mudar trajetória rumo a um novo padrão de qualidade
VIVIAN MANSO
Há um longo caminho pela frente, repleto de desafios, para que realmente tenhamos uma educação de melhor qualidade no Brasil. Em busca dessas melhorias, está em análise para votação no Congresso um conjunto de metas da educação brasileira para os próximos dez anos. Entre as várias propostas, constam a melhoria da qualidade dos ensinos fundamental e médio e o aumento dos recursos aplicados na área. No meio de tais avanços, está o desafio de se encontrar uma forma de ensinar alinhada à era digital, tema que incendeia debates e vai muito além das questões de investimento, passando, definitivamente, pela formação do professor. Um ponto que, na mesma medida, é decisivo e desafiador. Dessa forma, fica a questão: o sucesso para que haja melhorias no aprendizado depende apenas da tecnologia? Não. Definitivamente, não adianta substituir caderno por notebook e quadro verde por lousa digital, sem estratégia e conteúdos, sem aula preparada pelo professor, de forma a contemplar a tecnologia. Não há dúvida, a equação está finalizada e o sucesso da era digital do ensino ocorrerá somente quando duas ações ocorrerem simultaneamente: a inserção da tecnologia na sala de aula e um professor preparado para explorá-la, ao lado de seus alunos. Portanto, somente quando a tecnologia chegar à sala de aula e o professor estiver pronto para fazer dela o melhor uso, é que a educação poderá mudar sua trajetória rumo a um novo padrão de qualidade.
Sala de aula digital: um sonho possível
Educação poderá mudar trajetória rumo a um novo padrão de qualidade
VIVIAN MANSO
Há um longo caminho pela frente, repleto de desafios, para que realmente tenhamos uma educação de melhor qualidade no Brasil. Em busca dessas melhorias, está em análise para votação no Congresso um conjunto de metas da educação brasileira para os próximos dez anos. Entre as várias propostas, constam a melhoria da qualidade dos ensinos fundamental e médio e o aumento dos recursos aplicados na área. No meio de tais avanços, está o desafio de se encontrar uma forma de ensinar alinhada à era digital, tema que incendeia debates e vai muito além das questões de investimento, passando, definitivamente, pela formação do professor. Um ponto que, na mesma medida, é decisivo e desafiador. Dessa forma, fica a questão: o sucesso para que haja melhorias no aprendizado depende apenas da tecnologia? Não. Definitivamente, não adianta substituir caderno por notebook e quadro verde por lousa digital, sem estratégia e conteúdos, sem aula preparada pelo professor, de forma a contemplar a tecnologia. Não há dúvida, a equação está finalizada e o sucesso da era digital do ensino ocorrerá somente quando duas ações ocorrerem simultaneamente: a inserção da tecnologia na sala de aula e um professor preparado para explorá-la, ao lado de seus alunos. Portanto, somente quando a tecnologia chegar à sala de aula e o professor estiver pronto para fazer dela o melhor uso, é que a educação poderá mudar sua trajetória rumo a um novo padrão de qualidade.
segunda-feira, agosto 22, 2011
Alunos pulam a faculdade e vão direto ao mestrado
IG Educação, 20/08/2011
Alunos pulam a faculdade e vão direto ao mestrado
Destaques nacionais em matemática são convidados a começar estudos avançados antes mesmo da graduação Cinthia Rodrigues, iG São Paulo
Um dos ditados mais conhecidos da matemática diz que a ordem dos fatores não altera o produto final. Jovens estudiosos da área levaram o ensinamento para a carreira acadêmica. Hugo Fonseca Araújo, de 19 anos, ainda no 2º ano da faculdade, já está no mestrado. Renan Henrique Finder, da mesma idade, iniciou primeiro o mestrado em 2010 e só este ano entrou na graduação. O caçula Matheus Seco, 18, está no 1º ano do curso superior, mas já dá aulas em cursinho. Os três começaram a estudar conteúdos além da série em que estavam matriculados ainda no ensino fundamental para participar de competições educacionais. Todos acumulam prêmios nacionais e internacionais, os mais recentes da Competição Internacional de Matemática para Universidades, na Bulgária, no início de agosto. Das 13 medalhas da equipe brasileira, a única de ouro foi a do calouro da PUC do Rio, Renan, que já está no quarto semestre do mestrado no Instituto de Matemática Pura Aplicada (Impa). “Na graduação, confesso que falto bastante, já vi quase tudo”, diz. Catarinense de Florianópolis, ele participou das Olimpíadas Brasileiras de Matemática desde a 6ª série, quando se mudou para Joinville com a família. Desde então, era convidado para a reunião anual de medalhistas no Rio de Janeiro e foi em uma delas que ouviu falar pela primeira vez na possibilidade de avançar nos estudos e iniciar pesquisas na área, mas não levou a sério. “Eu achava que era história fantástica, coisa para gênio, estrela”.
A precocidade começou aos 15 anos. Enquanto a maioria dos jovens só sai de casa para fazer faculdade, ele se mudou para cursar o ensino médio. “O colégio onde eu fiz o ginásio não me desafiava e pedi para morar em São Paulo, com uma tia. Ela me ensinou a me virar sozinho, fazer supermercado, cuidar da casa, etc.” Ainda assim, Renan planejava seguir a ordem comum dos estudos. Em 2009, prestou a primeira fase do vestibular na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade de Campinas (Unicamp), mas foi convidado a ingressar no Impa e se mudou para o Rio antes mesmo da segunda etapa do processo seletivo nas instituições paulistas, em janeiro de 2010. “Vim experimentar o curso de verão e fiquei”, conta. Só em 2011 começou a graduação, que será exigida para validar seu diploma de mestrado. Hoje ele tem uma bolsa de estudos e divide apartamento com outros três alunos da pós-graduação de 25 e 26 anos. “Meus amigos em geral são mais velhos, tanto em casa quanto nas aulas. Isso tem um lado bom e um ruim, como tudo quando se trata de relações humanas. Às vezes, sou meio bobo, mas acho que em geral amadureci mais rápido.”
Outros que anteciparam etapas são Hugo e Matheus. O primeiro é coetâneo e o segundo, ainda mais novo que Renan. Os três têm muito em comum. Hugo saiu de Juiz de Fora para fazer o ensino médio no Rio e também é um dos representantes do Brasil em competições internacionais. Demorou um pouco mais a começar o mestrado e entrou primeiro na faculdade, por conselho da mãe, Maria Angélica Fonseca: “Eu sempre achava que era bobagem ele antecipar, pular etapas, mas ele foi convidado e gosta tanto do que estuda que se dedica de qualquer forma e acabei concordando”, conta ela, lembrando de quando o filho pediu para participar de uma competição pela primeira vez. “Era de astronomia e ele estava no ginásio. Quando ele me falou, eu disse ‘mas você não entende nada disso’ e ele respondeu que sabia, tinha visto na TV. Então, foi lá, ganhou e foi representar o Brasil na Índia.” Matheus é o único que já morava no Rio. Desde o colegial acompanha algumas matérias do mestrado do Impa como “Introdução a teoria dos números” e “Tópicos de matemática discreta”, mas ainda não é aluno oficialmente. Em compensação, alterna as aulas que recebe na graduação com as que dá em um cursinho para interessados em treinamento para competições matemáticas. “Não sou professor das aulas regulares, nem poderia, mas os que querem se aprofundar em matemática fazem aulas especiais comigo”, explica.
Precedente de sucesso - Antes dos três, Alex Correa Abreu antecipou o mestrado e o doutorado antes da graduação. “Comecei o mestrado aos 15 anos, na minha 8ª série. Primeiro só frequentava as aulas, depois veio a matrícula e em seguida o doutorado”, conta hoje com 25 anos. O que foi rápido na pós, ele demorou na faculdade. Como faltava bastante no curso de Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi reprovado algumas vezes e levou cinco semestres a mais para concluir o curso. “Fiz mais para poder oficializar o doutorado”, diz. Formado, ele foi chamado para ser professor pesquisador da Federal Fluminense, onde está atualmente. Poucas instituições no País permitem que estudantes de graduação acompanhem também aulas de mestrado e sempre em regime de exceção.
Alunos pulam a faculdade e vão direto ao mestrado
Destaques nacionais em matemática são convidados a começar estudos avançados antes mesmo da graduação Cinthia Rodrigues, iG São Paulo
Um dos ditados mais conhecidos da matemática diz que a ordem dos fatores não altera o produto final. Jovens estudiosos da área levaram o ensinamento para a carreira acadêmica. Hugo Fonseca Araújo, de 19 anos, ainda no 2º ano da faculdade, já está no mestrado. Renan Henrique Finder, da mesma idade, iniciou primeiro o mestrado em 2010 e só este ano entrou na graduação. O caçula Matheus Seco, 18, está no 1º ano do curso superior, mas já dá aulas em cursinho. Os três começaram a estudar conteúdos além da série em que estavam matriculados ainda no ensino fundamental para participar de competições educacionais. Todos acumulam prêmios nacionais e internacionais, os mais recentes da Competição Internacional de Matemática para Universidades, na Bulgária, no início de agosto. Das 13 medalhas da equipe brasileira, a única de ouro foi a do calouro da PUC do Rio, Renan, que já está no quarto semestre do mestrado no Instituto de Matemática Pura Aplicada (Impa). “Na graduação, confesso que falto bastante, já vi quase tudo”, diz. Catarinense de Florianópolis, ele participou das Olimpíadas Brasileiras de Matemática desde a 6ª série, quando se mudou para Joinville com a família. Desde então, era convidado para a reunião anual de medalhistas no Rio de Janeiro e foi em uma delas que ouviu falar pela primeira vez na possibilidade de avançar nos estudos e iniciar pesquisas na área, mas não levou a sério. “Eu achava que era história fantástica, coisa para gênio, estrela”.
A precocidade começou aos 15 anos. Enquanto a maioria dos jovens só sai de casa para fazer faculdade, ele se mudou para cursar o ensino médio. “O colégio onde eu fiz o ginásio não me desafiava e pedi para morar em São Paulo, com uma tia. Ela me ensinou a me virar sozinho, fazer supermercado, cuidar da casa, etc.” Ainda assim, Renan planejava seguir a ordem comum dos estudos. Em 2009, prestou a primeira fase do vestibular na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade de Campinas (Unicamp), mas foi convidado a ingressar no Impa e se mudou para o Rio antes mesmo da segunda etapa do processo seletivo nas instituições paulistas, em janeiro de 2010. “Vim experimentar o curso de verão e fiquei”, conta. Só em 2011 começou a graduação, que será exigida para validar seu diploma de mestrado. Hoje ele tem uma bolsa de estudos e divide apartamento com outros três alunos da pós-graduação de 25 e 26 anos. “Meus amigos em geral são mais velhos, tanto em casa quanto nas aulas. Isso tem um lado bom e um ruim, como tudo quando se trata de relações humanas. Às vezes, sou meio bobo, mas acho que em geral amadureci mais rápido.”
Outros que anteciparam etapas são Hugo e Matheus. O primeiro é coetâneo e o segundo, ainda mais novo que Renan. Os três têm muito em comum. Hugo saiu de Juiz de Fora para fazer o ensino médio no Rio e também é um dos representantes do Brasil em competições internacionais. Demorou um pouco mais a começar o mestrado e entrou primeiro na faculdade, por conselho da mãe, Maria Angélica Fonseca: “Eu sempre achava que era bobagem ele antecipar, pular etapas, mas ele foi convidado e gosta tanto do que estuda que se dedica de qualquer forma e acabei concordando”, conta ela, lembrando de quando o filho pediu para participar de uma competição pela primeira vez. “Era de astronomia e ele estava no ginásio. Quando ele me falou, eu disse ‘mas você não entende nada disso’ e ele respondeu que sabia, tinha visto na TV. Então, foi lá, ganhou e foi representar o Brasil na Índia.” Matheus é o único que já morava no Rio. Desde o colegial acompanha algumas matérias do mestrado do Impa como “Introdução a teoria dos números” e “Tópicos de matemática discreta”, mas ainda não é aluno oficialmente. Em compensação, alterna as aulas que recebe na graduação com as que dá em um cursinho para interessados em treinamento para competições matemáticas. “Não sou professor das aulas regulares, nem poderia, mas os que querem se aprofundar em matemática fazem aulas especiais comigo”, explica.
Precedente de sucesso - Antes dos três, Alex Correa Abreu antecipou o mestrado e o doutorado antes da graduação. “Comecei o mestrado aos 15 anos, na minha 8ª série. Primeiro só frequentava as aulas, depois veio a matrícula e em seguida o doutorado”, conta hoje com 25 anos. O que foi rápido na pós, ele demorou na faculdade. Como faltava bastante no curso de Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi reprovado algumas vezes e levou cinco semestres a mais para concluir o curso. “Fiz mais para poder oficializar o doutorado”, diz. Formado, ele foi chamado para ser professor pesquisador da Federal Fluminense, onde está atualmente. Poucas instituições no País permitem que estudantes de graduação acompanhem também aulas de mestrado e sempre em regime de exceção.
terça-feira, agosto 16, 2011
Estudo mostra 40% das universidades fora dos critérios mínimos exigidos
> O Estado de São Paulo, 14/08/2011 - São Paulo SP
Estudo mostra 40% das universidades fora dos critérios mínimos exigidos
De 184 instituições públicas e privadas, 67 não apresentam o mínimo de três programas de mestrado e um de doutorado
Mariana Mandelli e Sergio Pompeu Quase 40% das universidades brasileiras não cumprem um dos critérios exigidos pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) para operarem como universidades. De 184 instituições, 67 (36,4%) não apresentam o mínimo de três programas de mestrado e um de doutorado, exigência para a universidade conquistar tal status. Além disso, 15 delas não têm nenhum programa em funcionamento. Os dados são de um levantamento de Antônio Freitas, membro da Câmara de Educação Superior do CNE. O estudo, que levou em consideração os dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do fim de março, também detectou que a diferença entre a média geral do Índice-Geral de Cursos (IGC) das instituições públicas e privadas é de menos de 1 ponto.
A pesquisa levou em conta a resolução n.º 3 do CNE, de outubro, que passou a determinar os pré-requisitos mínimos para se classificar uma instituição como universidade - entre eles, o número mínimo de programas de pós stricto sensu. A regra, válida para universidades federais e particulares, vai vigorar até 2013. A partir daí, a exigência será de quatro mestrados e dois doutorados, com período de adequação até 2016. Além do CNE, uma portaria do MEC de 2008 também considera satisfatório o funcionamento de pelo menos um doutorado e três mestrados nas universidades. "Muitas universidades não cumprem o requisito, que é até ridículo, muito baixo. Em outros países, nem seriam consideradas universidades", diz Freitas. "A situação tende a se agravar. Deve haver uma supervisão maior para aumentar a qualidade."
O MEC afirma que a exigência é compatível com a realidade brasileira e diz que criou, em parceria com a Capes, o Programa de Qualificação das Universidades Públicas, para fomentar o desenvolvimento da pós nas universidades que não atendem à resolução. "Estamos fazendo um levantamento das instituições para consolidar e expandir o programa. A princípio, estamos trabalhando com 41", disse ao Estado secretário da Educação Superior do MEC, Luiz Cláudio Costa.
Segundo ele, a participação será voluntária e as instituições devem apresentar projetos para contar com apoio financeiro do governo. O MEC e a Capes elaboram uma portaria conjunta e o programa vai funcionar efetivamente no ano que vem. Sobre as 15 universidades que não têm programas stricto sensu, o MEC afirma que a maioria pertence aos sistemas estaduais de ensino e, portanto, não são reguladas pela pasta. Quanto às novas federais que ainda não têm programas, o MEC diz que há previsão de implantação. A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) afirma que as universidades investirão em pós independentemente da resolução do CNE. "Já tínhamos proposto um programa de apoio à pós-graduação, pensando nas demandas regionais e nas universidades recém-criadas", afirma o secretário executivo, Gustavo Balduino.
Estudo mostra 40% das universidades fora dos critérios mínimos exigidos
De 184 instituições públicas e privadas, 67 não apresentam o mínimo de três programas de mestrado e um de doutorado
Mariana Mandelli e Sergio Pompeu Quase 40% das universidades brasileiras não cumprem um dos critérios exigidos pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) para operarem como universidades. De 184 instituições, 67 (36,4%) não apresentam o mínimo de três programas de mestrado e um de doutorado, exigência para a universidade conquistar tal status. Além disso, 15 delas não têm nenhum programa em funcionamento. Os dados são de um levantamento de Antônio Freitas, membro da Câmara de Educação Superior do CNE. O estudo, que levou em consideração os dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do fim de março, também detectou que a diferença entre a média geral do Índice-Geral de Cursos (IGC) das instituições públicas e privadas é de menos de 1 ponto.
A pesquisa levou em conta a resolução n.º 3 do CNE, de outubro, que passou a determinar os pré-requisitos mínimos para se classificar uma instituição como universidade - entre eles, o número mínimo de programas de pós stricto sensu. A regra, válida para universidades federais e particulares, vai vigorar até 2013. A partir daí, a exigência será de quatro mestrados e dois doutorados, com período de adequação até 2016. Além do CNE, uma portaria do MEC de 2008 também considera satisfatório o funcionamento de pelo menos um doutorado e três mestrados nas universidades. "Muitas universidades não cumprem o requisito, que é até ridículo, muito baixo. Em outros países, nem seriam consideradas universidades", diz Freitas. "A situação tende a se agravar. Deve haver uma supervisão maior para aumentar a qualidade."
O MEC afirma que a exigência é compatível com a realidade brasileira e diz que criou, em parceria com a Capes, o Programa de Qualificação das Universidades Públicas, para fomentar o desenvolvimento da pós nas universidades que não atendem à resolução. "Estamos fazendo um levantamento das instituições para consolidar e expandir o programa. A princípio, estamos trabalhando com 41", disse ao Estado secretário da Educação Superior do MEC, Luiz Cláudio Costa.
Segundo ele, a participação será voluntária e as instituições devem apresentar projetos para contar com apoio financeiro do governo. O MEC e a Capes elaboram uma portaria conjunta e o programa vai funcionar efetivamente no ano que vem. Sobre as 15 universidades que não têm programas stricto sensu, o MEC afirma que a maioria pertence aos sistemas estaduais de ensino e, portanto, não são reguladas pela pasta. Quanto às novas federais que ainda não têm programas, o MEC diz que há previsão de implantação. A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) afirma que as universidades investirão em pós independentemente da resolução do CNE. "Já tínhamos proposto um programa de apoio à pós-graduação, pensando nas demandas regionais e nas universidades recém-criadas", afirma o secretário executivo, Gustavo Balduino.
segunda-feira, agosto 01, 2011
De volta
Amigos (as), estou voltando com as postagens.
Agora que terminei o doutorado vou passar mais por aqui!
Aguardem informações das disciplinas, projeto e eventos.
Cicília Maia
Agora que terminei o doutorado vou passar mais por aqui!
Aguardem informações das disciplinas, projeto e eventos.
Cicília Maia
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