terça-feira, setembro 20, 2011

Salvas pela Educação

Salvas pela Educação

Mulheres conquistam espaço cada vez maior no mercado de trabalho ao priorizarem o conhecimento; no Brasil, elas são 64% da mão de obra

Fonte: Correio Braziliense (DF)


O desenvolvimento econômico destrancou os portões e as meninas e mulheres correram para as Escolas em todo o mundo. Hoje, elas são maioria no ensino superior em dois terços dos países e estão em maior quantidade no nível médio em quase metade das nações.

Obtêm melhores notas que os homens em geral, repetem menos de ano, tendem a ter desempenho excepcional em línguas e interpretação de texto e já invadem antigos redutos do sexo masculino, como a matemática e as ciências.

O resultado dessa revolução educacional permitiu às mulheres avançar a passos largos no mercado de trabalho. É o que revela Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial, divulgado ontem pelo Banco Mundial (Bird), em Washington.

Nos últimos 30 anos, houve aumento da participação da mão de obra feminina na geração de riqueza em todas as faixas etárias e em quase todas as regiões do mundo — as exceções foram a Europa Ocidental e a Ásia Central.

O crescimento foi mais rápido na América Latina e no Caribe, em especial no Brasil, onde as mulheres passaram a representar 64% do mercado de trabalho, quase o dobro dos 39% observados em 1980. Na Argentina, a participação, no mesmo período, passou de 39% para 51%.

Tal evolução também se observou, mesmo que em um ritmo um menor, no Oriente Médio e no norte da África. Mas, nessas duas regiões, a representação da mão de obra feminina ainda é pequena, em torno de 26% do total. Já no leste da Ásia e do Pacífico, elas são a maior parcela: 64%. Na África Sub-Saariana: 61%.

Na avaliação dos pesquisadores do Banco Mundial, a maior presença das mulheres no mercado de trabalho tem contribuído para reduzir a lacuna em relação aos homens. Os estudiosos ressaltam que, na América Latina, o avanço médio de 42% da força de trabalho feminina em 10 países deve ser atribuído ao acesso à Educação e a mudanças na estrutura familiar, com a postergação dos casamentos e a decisão de ter menos filhos.

Distorções
Mas, apesar de tanto esforço e dos visíveis avanços, as mulheres ainda ganham menos que os homens na mesma função e ocupam poucos cargos altos nos governos e de chefia nas empresas privadas. Nos países pobres, as melhorias são mais lentas, e elas ainda estão concentradas no trabalho agrícola ou nos afazeres do lar.

A maioria nas Escolas ainda é de meninos, embora as garotas estejam em plena maratona para encurtar a distância. Na África Sub-Saariana, para cada 100 meninos no ensino primário, o número de meninas subiu de 85, em 1999, para 91 em 2008.

Para os técnicos do Bird, o fim das barreiras em relação às mulheres — desde a discriminação no trabalho ao menor acesso ao crédito — resultará em aumento da produtividade da economia em vários países em até 25%, pois as “habilidades e os talentos” delas serão aproveitados de forma mais efetiva.

“Na América Latina, esse ganho de eficiência é estimado entre 4% e 16%”, afirma Ana Revenga, diretora da instituição e coautora do relatório. Ela diz mais: “O desenvolvimento econômico tem aberto as portas e reduzido as desigualdades entre homens e mulheres, particularmente nos países em que a renda da população tem melhorado”.

Porém, de forma geral, as mulheres ao redor do mundo detêm empregos de menor produtividade e que pagam menos. “Elas trabalham em fazendas menores, no caso das que estão na atividade agrícola, dirigem negócios pequenos, atuam mais na informalidade e raramente estão no poder”, destaca o documento do Bird.

Entre os agricultores, as mulheres raramente são donas de terras e suas propriedades são geralmente menores do que as dos homens e valem menos. No Brasil, elas representam apenas 11% dos proprietários. No Quênia, na África, são 5%.

Sinal de alerta
Embora saindo em desvantagem — eram 10,8 milhões em 1970 contra 17,7 milhões de homens — o número de estudantes femininas nas universidades aumentou sete vezes nas últimas quatro décadas nos 96 países pesquisados pelo Banco Mundial e atingiu 80,9 milhões em 2008.

No mesmo período, a quantidade, de homens no ensino superior cresceu apenas quatro vezes, para 77,8 milhões. Além de dominarem os bancos do ensino médio e das universidades, o melhor desempenho das mulheres já acendeu alerta nos países desenvolvidos.

Não à toa, afirma os especialistas da instituição, as economias de renda mais alta estão preocupadas com as notas baixas dos meninos frente às obtidas pelas garotas. Eles assinalam ainda a invasão das mulheres nas universidades ao incremento da demanda no mundo globalizado por empregos de natureza intelectual e não braçal.

Vantagens e desvantagens
A repetição e a taxa de desistência são maiores entre os meninos que entre as meninas, informa o Banco Mundial. Garotos acima de 15 anos ainda mantêm vantagem em relação às garotas na matemática, mas a diferença vem ficando cada vez menor.

Nos Estados Unidos e em Israel, as estudantes femininas obtêm notas melhores nas principais disciplinas, incluindo matemática e ciência. Na França, elas são maioria nas matrículas das grandes Escolas de negócios.

Brasil se torna o país das doutoras, mas ainda há discriminação contra elas

Brasil se torna o país das doutoras, mas ainda há discriminação contra elas
Ana D'Angelo - Correio Braziliense
Publicação: 19/09/2011 08:08 Atualização:

 (Bruno Peres/CB/D.A Press)
O Brasil está tornando-se um país de doutoras. De 2004 a 2010, as mulheres obtiveram mais títulos de mestre e de doutor que os homens. É o que revelam dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Ciência e Tecnologia, obtidos com exclusividade pelo Correio. No total, foram tituladas 35.626 estudantes femininas nos últimos sete anos, 5% mais que os homens (33.765). No mestrado, a diferença é maior: foram beneficiadas 117.382 mulheres, frente a 100.202 estudantes do sexo masculino — 17% mais. A supremacia feminina também se dá relação ao número dos matriculados e aos que ainda não tiveram a dissetação aprovada.

Elas estão conscientes de que quanto mais estudo, maior será o salário no bolso. A remuneração de um doutor pode ser até 37% superior à paga a quem só tem o curso superior, dependendo da área de atuação. Mas o estudo a mais não conta apenas para quem quer seguir a carreira de professor. Para cargos de chefia, a especialização faz enorme diferença. No governo, já se paga salários diferenciados conforme a titulação do servidor. Os pesquisadores do Instituto de Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro) com doutorado ganham de 16% a 21% mais que os colegas com mestrado e de 27% a 32% mais do aqueles com apenas o curso superior. O mesmo ocorre no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi): a diferença salarial entre quem tem mestrado e doutorado e os demais chega a 30%.

“É uma tendência mundial as mulheres ultrapassarem os homens no ensino superior”, constata o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann. O Brasil está entre os países que mais titulam mulheres em doutorado. Em termos proporcionais, está em terceiro lugar no mundo, atrás apenas de Portugal e Itália, conforme o Centro de Gestão e Estudos estratégicos (CGEE). Pochmann destaca que, com a globalização, a demanda maior é por mão de obra intelectual, e as mulheres estão mantendo a dianteira.

Michelle Flaviane Soares Pinto, 27 anos, é uma dessas tituladas. Depois de concluir o mestrado em biotecnologia, resolveu aprofundar-se no tema e partiu para o doutorado na Universidade Católica de Brasília. “Descobri a área de pesquisa ainda na faculdade e me apaixonei”, conta. Ela divide a sala com 11 mulheres e sete homens. “É um curso tradicionalmente masculino, mas estamos conquistando cada vez mais espaço. É gratificante saber que podemos contribuir com a ciência e ajudar em alguma coisa”, emociona-se.

Colegas de curso de Michelle, a bióloga Jéssica Carvalho Bergmann, 28 anos, e a farmacêutica Daiva Domenech Tupinambá, 38 anos, destacam o esforço para se aperfeiçoarem, mas avaliam que isso não é totalmente reconhecido no mercado de trabalho, sobretudo quando o assunto é salário. “Ainda hoje sofremos preconceito”, lamenta Daiva.

Doutora em artes, dança e teatro, Cristina Fernandes Rosa, 37 anos, avalia que quem opta pela especialização máxima deve ter em mente a carreira acadêmica ou de pesquisa. “Quando decidi fazer o doutorado em artes, dança e teatro, sabia que ficaria na área acadêmica. Para o mercado de trabalho tradicional, não vale a pena. Nesse caso, as melhores opções são a pós-graduação e o MBA (Master of Business Administration)”, afirma.

segunda-feira, setembro 19, 2011

Tablets viram aposta para aulas mais dinâmicas

Tablets viram aposta para aulas mais dinâmicas

Por: Marcelle Ribeiro

SÃO PAULO. Para tornar as aulas mais dinâmicas e interativas, escolas começam a apostar nos tablets. A rede do Sistema Educacional Brasileiro (SEB), que tem três mil alunos no 1 ano do ensino médio, distribuídos em 24 escolas em seis estados - São Paulo, Minas Gerais, Alagoas, Bahia, Espírito Santo e Paraná -, além do Distrito Federal, adota a nova tecnologia. Os tablets fazem parte de um projeto digital, que começou há quatro anos, e já disponibilizou sete mil netbooks para os alunos. - Os tablets têm mais apelo sensorial que os netbooks. Eles são uma versão portátil do que o aluno vê nas nossas lousas digitais - conta Rose Bernardi, diretora da escola Pueri Domus, em São Paulo, uma das unidades da rede SEB. A Pueri Domus entregou aos estudantes, no início deste mês, 170 tablets com sistema operacional Android, que é mais compatível com softwares de conteúdos     educacionais. Nos aparelhos, roteiros das aulas e testes simulados, principalmente de Ciências e Matemática.

"Tecnologia sozinha não faz nada" - Também em São Paulo, o colégio Dante Alighieri tem uma espécie de projeto piloto com tablets. Alunos de uma das dez salas do 1 ano do ensino médio e os professores das disciplinas estão ajudando a desenvolver os conteúdos que vão ser usados a partir da experiência com o tablet. Na aula de Física, por exemplo, os estudantes já aprenderam a usar um aplicativo que simula lançamentos horizontais. A preocupação é evitar que o "projeto seja só um penduricalho digital". - A gente vem amadurecendo (o uso do tablet). A tecnologia sozinha não faz nada - afirma Valdenice Cerqueira, coordenadora de Tecnologia Educacional do Dante. - Uso para estudar, fazer      resumos com um aplicativo que é um caderno, e para ler. Acho que, com os tablets, a aula vai melhorar, porque poderemos pesquisar assuntos mais rapidamente - diz Barbara Carli, de 15 anos, que também espera ter que carregar menos peso na mochila com o advento do tablet e, assim como os outros alunos integrantes do projeto, já utilizava o equipamento. Universitários no Rio e no ES também usam equipamento - Mas nem só o ensino médio faz uso do tablet. No Rio e no Espírito Santo, a universidade Estácio de Sá já distribuiu seis mil deles para alunos dos seguintes cursos: Direito, Hotelaria e Gastronomia. Eles carregam livros digitais e apostilas com conteúdos ligados aos cursos de graduação. Mas esse é apenas o começo. A Estácio pretende entregar outros 15 mil aparelhos, em todos os campi da universidade, até o fim de 2012.

quarta-feira, setembro 14, 2011

Dilma volta a defender recurso à saúde e não descarta novo imposto

14/09/2011 - 16h10

Dilma volta a defender recurso à saúde e não descarta novo imposto 

ANA FLOR

A presidente Dilma Rousseff voltou a defender mais recursos para a saúde nesta quarta-feira e não descartou a criação de novas fontes de tributação para financiar a saúde.
Ao falar à imprensa nesta quarta-feira, Dilma afirmou que a área da saúde precisa de mais recursos, mas deu a entender que o total de recursos podem ficar abaixo dos R$ 40 bilhões que eram arrecadados com a extinta CPMF.
Dilma afirmou que há problemas de gestão na área, mas também é necessário mais recursos para a área.
"Tem um [problema na área da saúde] de gestão. Eu falo nele porque passo todos os dias, os santos dias, pensando nele", disse, citando a falta de controle nos reembolsos do setor privado no SUS, falta de médicos, equipamentos estragados.
A presidente apelou para que a sociedade "entenda" que é preciso mais dinheiro para a área, e que cabe ao Congresso ajudar. "A opinião pública tem de entender."
"Nós todos temos de ter consciência [que] se você quiser um sistema universal de saúde, gratuito e de qualidade, nós vamos ter de colocar dinheiro na Saúde e colocar gestão na área de Saúde, as duas coisas", disse.
ROYALTIES
Perguntada sobre uma solução para a disputa da divisão dos royalties do petróleo, a presidente afirmou que a solução encontrada respeitará contratos existentes.
"Tem de repartir sem criar consequências graves para ninguém. [...] A jurisdicionalização não interessa a ninguém", afirmou.

sexta-feira, setembro 09, 2011

Ciência da Computação na Educação Básica

 

quinta-feira, setembro 08, 2011

Aberto edital para bolsas de doutorado nos Estados Unidos

Pós-Graduação

Aberto edital para bolsas de doutorado nos Estados Unidos

Quinta-feira, 08 de setembro de 2011 - 16:01
Doutorandos brasileiros podem se candidatar às bolsas de estudos, na modalidade sanduíche, nos Estados Unidos, por meio de cooperação entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a Comissão Fulbright. O Programa Capes-Fulbright de Estágio de Doutorando nos EUA 2012-2013 concederá até 50 bolsas de estudos com duração de nove meses, e tem como objetivo desenvolver as pesquisas realizadas por doutorandos no Brasil e estreitar as relações bilaterais entre os dois países. Os interessados têm prazo até 15 de outubro para se candidatar.

A seleção acontecerá em cinco fases: consistência documental, análise de mérito, entrevistas, priorização das candidaturas e reunião conjunta. Os resultados finais deverão ser divulgados em dezembro deste ano.

Os bolsistas receberão, pela Capes, mensalidade para cobrir as despesas relativas a moradia, alimentação e transporte local no valor de US$ 1.300 (R$ 2.160), auxílio instalação de US$ 990 (R$ 1.643), pagamento de eventuais taxas para acesso às instalações da instituição e auxílio deslocamento ou passagem aérea de ida e volta para o translado Brasil-EUA-Brasil, a critério da agência.

Pela Comissão Fulbright são concedidos auxílio-pesquisa para o período de nove meses, variando entre US$ 2 mil (3.320) e US$ 7 mil (R$ 11.623), de acordo com a instituição norte-americana, e seguro saúde. A critério da Comissão Fulbright, o doutorando poderá participar de curso intensivo de língua inglesa nos EUA, com até quatro meses de duração, imediatamente anteriores ao início das atividades acadêmicas, incluindo estadia, taxas e material didático.

Diego Rocha

Acesse o edital
Mais informações:
Correio eletrônico CapesEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. - Comissão Fullbright Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
Telefones (61) 2022-6657 (Capes) e (61) 3248-8605 (Comissão Fulbright)

sábado, setembro 03, 2011

MEC vai distribuir tablets para alunos da rede pública

MEC vai distribuir tablets para alunos da rede pública


Rio - O Ministério da Educação (MEC) vai distribuir tablets - computadores pessoais portáteis do tipo prancheta, da espessura de um livro - a escolas públicas a partir do próximo ano. A informação foi divulgada hoje pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, durante palestra a editores de livros escolares, na 15ª Bienal do Livro. O objetivo, segundo o ministro, é universalizar o acesso dos alunos à tecnologia.

Haddad afirmou que o edital para a compra dos equipamentos será publicado ainda este ano. "Nós estamos investindo em conteúdos digitais educacionais. O MEC investiu, só no último período, R$ 70 milhões em produção de conteúdos digitais. Temos portais importantes, como o Portal do Professor e o Portal Domínio Público. São 13 mil objetos educacionais digitais disponíveis, cobrindo quase toda a grade do ensino médio e boa parte do ensino fundamental."

O ministro disse que o MEC está em processo de transformação. "Precisamos, agora, dar um salto, com os tablets. Mas temos que fazer isso de maneira a fortalecer a indústria, os autores, as editoras, para que não venhamos a sofrer um problema de sustentabilidade, com a questão da pirataria."

Haddad não soube precisar o volume de tablets que será comprado pelo MEC, mas disse que estaria na casa das "centenas de milhares". Ele destacou que a iniciativa está sendo executada em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

"O MEC, neste ano, já publica o edital de tablets, com produção local, totalmente desonerado de impostos, com aval do Ministério da Fazenda. A ordem de grandeza do MEC é de centenas de milhares. Em 2012, já haverá uma escala razoável na distribuição de tablets